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Terremoto na Turquia expõe a tragédia de um país com baixa penetração de seguros

15.02.2023 - Fonte: Sonho Seguro

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O número de mortes por causa do terremoto de magnitude 7,8 que atingiu na semana passada a Turquia e a Síria passou da marca de 40 mil pessoas

A trágica situação que vive a Turquia e a Síria expõem ao mundo muitos alertas sobre como gerenciar riscos. Mesmo sendo uma catástrofe natural, a urgência em privilegiar a ética nos negócios. Um dos questionamentos nos países atingidos é sobre a qualidade das construções que vieram abaixo. O número de mortes por causa do terremoto de magnitude 7,8 que atingiu na semana passada a Turquia e a Síria passou da marca de 40 mil pessoas.

O ministro da Urbanização da Turquia, Murat Kurum, disse que cerca de 42.000 edifícios desabaram, precisam urgentemente de demolição ou foram gravemente danificados em dez cidades. A Justiça da Turquia afirmou que está iniciando processos judiciais contra 130 pessoas que, supostamente, participaram de incorporações de imóveis que foram construídos com má qualidade e de forma ilegal, sem observar as regras de engenharia que os tornariam mais resistentes a tremores de terra.

Com base nos dados disponíveis, a Extreme Event Solutions espera que a perda total exceda US$ 20 bilhões, com perdas seguradas provavelmente ultrapassando o limite de US$ 1 bilhão. Isso destaca a vasta lacuna de proteção (disparidade entre perdas econômicas e seguradas pós-evento) que existe na região, com uma expectativa de US$ 19 bilhões ou mais da perda total não sendo coberta pelo seguro, o que significa que os governos arcarão com a grande maioria dos conta.

“A diferença considerável entre as perdas seguradas e econômicas – a lacuna de proteção – representa o custo das catástrofes para a sociedade, muitos dos quais são arcados pelos governos. O aumento da penetração de seguros pode aliviar grande parte do fardo. Existem soluções disponíveis que podem melhorar os esforços globais de resiliência, incluindo gerenciamento de emergência, mitigação de riscos, financiamento público de desastres, agrupamento de riscos e outras iniciativas de mitigação de riscos e perdas lideradas pelo governo”, informa Bill Churney, presidente da Extreme Event Solutions, ao portal Reinsurance News.

Em um comunicado, a Munich Re disse que uma estimativa confiável das perdas totais ou seguradas dos terremotos ainda não era possível e que não estava claro quais dos edifícios destruídos estavam cobertos pelo TCIP. Acrescentou que as resseguradoras internacionais estavam cobrindo “a maior parte” do pool e observou que a soma segurada está atualmente limitada a Lyra 640.000 (US$ 34.000) por residência. “A Munich Re é parceira de longa data do TCIP e atualmente também participa do programa de resseguros”, afirmou o portal Insurance Day.

O grupo Mapfre e a Allianz anunciaram doações. A Fundación MAPFRE lançou uma campanha de doações para apoiar o povo da Turquia e fornecer urgentemente à população afetada cobertores, tendas, sacos de dormir, abrigos pré-fabricados e outros materiais essenciais. Cada euro doado será acompanhado por outro euro da Fundación MAPFRE, informou Antonio Huertas, CEO da Mapfre em sua página no LinkedIn.

O Grupo Allianz anunciou que disponibilizará 6 milhões de euros para apoiar os esforços de socorro e recuperação após os terremotos na Turquia e na Síria, incluindo até um milhão de euros para igualar as doações de seus funcionários e agentes vinculados. “O compromisso decisivo de seis milhões de euros da Allianz é uma expressão de nossa solidariedade com nossos colegas e clientes, bem como com seus entes queridos, que foram afetados por os terremotos na região. Esses recursos também são uma expressão de nossa confiança inabalável na capacidade das sociedades e dos indivíduos de se reconstruir e prosperar após desastres naturais. O pessoal da Allianz, em todo o mundo, está pronto para fazer nossa parte no apoio a esses esforços”, disse Oliver Bäte, CEO e presidente do Conselho de Administração da Allianz SE.

#ficaadica

Que o governo Lula, que relança o Minha Casa Minha Vida, fique atento a índole das construtoras e à qualidade das construções. Que use as seguradoras como gestoras de riscos. O Brasil não tem histórico de terremotos, de corrupção em licitações que acabam em contratos que não são finalizados e de centenas e centenas de imóveis entregues sem condições se serem habitados pela população, principalmente a de baixa renda, na última década. Há também alguns prédios que ruíram por erros de construção. Bom lembrar que as seguradoras são mitigadoras de riscos. Se elas não aceitarem o seguro, é porque o risco de perda, financeira e humana, é extremamente elevado.

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