Sem seguro e sem socorro: O desamparo de pequenos negócios na Orla do Guaíba após a enchente
27.08.2024 - Fonte: Seguro Gaúcho l Andréia Pires
A cheia histórica que assolou o Rio Grande do Sul em maio de 2024 não poupou a Doca Oito, quiosque localizado no trecho 1 da Orla do Guaíba, em Porto Alegre. João Henrique Pimentel da Conceição, proprietário do estabelecimento, vive dias difíceis, após ver seu negócio, sustentado por um público majoritariamente praticante de esportes, sendo minimamente impactado pela enchente. Em entrevista, ele relatou os desafios enfrentados e a falta de apoio por parte das autoridades.
Impacto devastador e prejuízos incalculáveis
“A doca ficou fechada por 45 dias, e nosso público ainda não voltou totalmente, seja pelas quadras poliesportivas e areias interditadas ou pela ausência de banheiros no trecho”, conta o empresário. As dificuldades se acumulam, e os reflexos são sentidos no caixa: “Nos meses de maio, junho e julho, perdemos 90% do faturamento em comparação ao mesmo período do ano passado”. Para um negócio que depende do fluxo constante de pessoas na orla, a falta de infraestruturas básicas, como banheiros, e a demora na liberação das quadras esportivas agravaram a situação.
Falta de seguro e ausência de auxílio
Sem seguro e sem qualquer apoio financeiro da prefeitura ou do estado, João Henrique se vê desamparado. “É inadmissível que a Orla não possua banheiros para a população. Se as quadras forem liberadas, o movimento voltará gradativamente também”, afirma ele. A ausência de políticas públicas específicas para auxiliar empreendedores em momentos de crise deixa Pimentel em uma situação nunca delicada: "É muito é lindo ver na televisão os 'apoios' e 'incentivos', mas para os bares da orla, esses recursos não chegam".
Desafios pessoais e a luta pela sobrevivência
A enchente não atingiu apenas o negócio de João Henrique. Em sua residência, ele e sua família enfrentaram dias complicados, ficando sem água e luz. Com um bebê de seis meses, a situação tornou-se insustentável, obrigando-os a procurar refúgio na casa dos sogros. "Fomos para lá porque tinha luz e a água dava para racionar", lembra.
Reflexão sobre a falta de apoio
A situação enfrentada pelo empresário portoalegrense e outros empreendedores da Orla do Guaíba reflete um problema maior: a falta de programas de apoio eficazes para pequenos negócios em momentos de tragédia. Sem segurança e sem apoio governamental, muitos estão à beira do colapso, lutando para manter suas portas abertas. A tragédia expôs não apenas a fragilidade da infraestrutura, mas também a omissão das autoridades em prestar o auxílio necessário para que esses comerciantes possam se reerguer.
Enquanto aguardam por soluções concretas, Pimentel e outros empresários da região continuam a batalhar diariamente, na esperança de que o movimento retorne e que os dias melhores venham, trazendo não apenas o público de volta, mas também o apoio que tanto necessitam para sobreviver.
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