Seguro popular é, em média, 26% mais barato
02.02.2017 - Fonte: <a href="http://g1.globo.com/" target="_blank">G1</a>
O chamado “Seguro Auto Popular” ainda engatinha: criado em abril de 2016, como uma opção mais barata para carros mais velhos, ele passou por mudanças para chegar ao mercado, mas ainda está disponível em poucas seguradoras e apenas nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro. Só duas empresas ofereciam esse produto no início deste ano (Azul, do grupo Porto Seguro, e Tokio Marine), e o valor que o cliente pagava para contratá-lo (o chamado prêmio) era 26% menor, em média, do que o do seguro tradicional, conforme levantamento da corretora Bidu. A corretora não informou os valores de cada seguradora, mas citou exemplos. O seguro tradicional de um Volkswagen Gol ficaria em R$ 1.816,86, para determinado perfil; no “Auto Popular”, o valor cai para R$ 1.266,59 ou 30% menos, que era a previsão da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para essa modalidade de seguro. O preço do seguro (prêmio) pode variar muito porque os dois produtos têm características diferentes com relação a cobertura, indenizações, danos a terceiros, assistência e na forma de pagamento, sempre dependendo das escolhas do consumidor. Mas, o “Auto Popular” atualmente não é oferecido sem restrições: as duas empresas limitaram os modelos de veículos que se enquadram nessa modalidade; uma delas também determina uma idade mínima dos carros. A regulamentação do “seguro popular” não impõe restrições, mas permite que as seguradoras o façam. Outro ponto é que a franquia desse seguro, isto é, o valor com o qual o cliente arca em caso de acidente, era 30% mais cara que a do seguro tradicional, em média, também de acordo com a corretora. Ou seja, com o “seguro popular” é preciso tomar mais cuidado para não se envolver em batidas, porque pagar o valor alto da franquia pode anular a economia feita na contratação. No “seguro popular”, as empresas não precisam usar “peças genéricas” novas ou de reposição usadas, vindas de desmanches credenciados, exceto para reparos em itens de segurança. A opção de uso destas peças deve ser sempre estar clara para o segurado. Atualmente, circulam cerca de 60 milhões de veículos no país, mas apenas 17,5 milhões estão segurados, cerca de 30% da frota. A Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) espera que, em 5 anos, o “seguro popular” seja responsável por expandir a frota coberta em 10%. Para isso, o foco é em veículos mais velhos, que ficam caros para serem segurados por causa da falta de peças originais. “Um dos fatores que mais eleva os preços dos seguros tradicionais é a obrigatoriedade de utilização de peças novas nos consertos – itens proporcionalmente caros quando se fala em modelos mais antigos”, afirmou Goldman. Diferente dos seguros tradicionais, no “popular” é permitido fazer o conserto com peças usadas ou recondicionadas, vindas de empresas de desmontagem credenciadas, conforme a lei 12.977, que regulamentou os desmontes de veículos em todo o país em 2014. A Susep liberou também o uso de peças “genéricas”, nas mesmas especificações das originais. Só não pode recorrrer a peça usada ou independente em consertos que envolvem itens de segurança, como o sistema de freios, suspensão e cintos de segurança. A Tokio Marine lançou o produto no final de dezembro e tem expectativa de que ele alcance cerca de 200 mil clientes nos próximos 3 anos, o que representaria 15% da carteira de veículos da empresa. Segundo a Tokio, o valor médio do “Seguro Auto Popular” deve ficar em torno de R$ 1,5 mil. Ela oferece o produto em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas deve chegar a Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba nos próximos meses. A Azul não divulgou os números de contratações feitas desde o lançamento, em 19 de dezembro, mas afirmou que a resposta foi boa. “Podemos dizer que estamos contentes com a aceitação e a grande procura que estamos tendo”, afirmou a empresa. “É como quando lançam um modelo novo de carro. As seguradoras acabam precificando o produto por aproximação, mas, com o tempo, conseguem definir melhor o preço. Vai acontecer parecido com o auto popular. Vão ver como o mercado responde e fazer as alterações necessárias”, explicou Marcella Ewerton, coordenadora de marketing da corretora Bidu.