Seguro penhor rural atrai produtor gaúcho
22.10.2024 - Fonte: Correio do Povo
Rio Grande do Sul, conforme entidades representativas das seguradoras do Brasil, movimentou R$ 214,7 milhões da modalidade de garantia apenas no primeiro semestre de 2024, o que corresponde a 13,5% da arrecadação total do país
Levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), em conjunto com a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), aponta que o Rio Grande do Sul lidera a arrecadação do seguro penhor rural no país. Atualmente, o Estado responde por 13,5% da arrecadação dessa modalidade de garantia de financiamento agrícola no Brasil, tendo movimentado R$ 214,7 milhões no primeiro semestre de 2024. Em relação à Região Sul, a participação gaúcha atinge 43%.
Ainda que o valor obtido nos seis primeiros meses represente uma queda de 1,1% na comparação com o mesmo período de 2023, a utilização do seguro penhor rural é cada vez maior tanto no Rio Grande do Sul quanto nas demais unidades federativas com destaque no agronegócio nacional, como Goiás, Paraná, Mato Grosso e Minas Gerais. O levantamento de CNSeg e FenSeg indicou um aumento geral de 14,3% na arrecadação do setor, movimentando R$ 1,6 bilhão. Entre 2020 e 2023, o crescimento atingiu 107,1%, passando de R$ 1,4 bilhão para R$ 2,9 bilhões, por ano.
O seguro penhor rural atende à exigência de contratação de seguro para bens dados em garantia de empréstimos ou financiamentos oriundos de operações do crédito rural. O crescimento da modalidade é atribuído a três fatores, a começar pela ampliação das linhas de financiamento e a respectiva demanda de salvaguarda financeira. “Muitas garantias foram substituídas. É uma necessidade. Quando se tem risco tem de haver seguro”, diz o vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e coordenador da Comissão de Crédito Rural e Seguro da entidade, Elmar Konrad.
O risco a que Konrad se refere inclui, certamente, a ameaça de tragédias climáticas, como as chuvas e enchentes que devastaram o RS em abril e maio, ou a estiagem que assola regiões a partir do Centro-Oeste do país há cerca de cinco meses.
“Devido aos recentes eventos climáticos, até mesmo produtores que utilizam recursos próprios têm buscado o seguro para proteger suas operações. A segurança de produção e bens tornou-se uma prioridade para os agricultores, independentemente da forma de financiamento”, salienta Diogo Mendonça Menezes, técnico agrícola e agropecuário, gerente comercial e de projetos da unidade de Ijuí da Sonhagro, uma rede nacional de franquias especializada em crédito rural.
A unidade comandada por Menezes atende todo o Rio Grande do Sul. De acordo com o gerente, no primeiro semestre de 2024, a Sonhagro registrou um crescimento de 125% na contratação de seguro penhor rural nas operações de créditos intermediados, seja pelo Plano Safra ou por Cédula de Produto Rural.
O terceiro fator seria a atuação do Banco do Brasil, instituição que lidera as operações de crédito rural no país. “O crescimento do produto está condicionado à operação do Banco do Brasil, que vem performando com um crescimento de 28% neste período e representa cerca de 72% do arrecadado”, diz Fábio Damasceno, membro da Comissão de Seguro Rural da FenSeg.