Seguro para drones é oportunidade para corretores
26.09.2016 - Fonte: Risco Seguro
Relatório da Allianz detalha crescimento do setor e riscos derivados do uso cada vez maior de aeronaves não tripuladas O mercado de seguros para Veículos Aéreos não Tripulados (Vant), mais conhecidos como drones, deve atingir a marca de US$ 1 bilhão em prêmios nos próximos quatro anos, segundo uma das principais seguradoras corporativas do mundo. A estimativa consta de um relatório sobre o tema divulgado pela Allianz Global Corporate and Specialty (AGCS), que alerta para os riscos criados pelo uso cada vez maior das aeronaves não tripuladas e a importância de investir em segurança em prevenção de acidentes. O crescimento do uso de drones deve se dar tanto entre as pessoas que os utilizam para fins recreativos quanto entre as empresas que fazem uso econômico dos aparelhos. Veículos não tripulados já são usados atualmente para realizar tarefas perigosas, anti-higiênicas ou aborrecidas para as quais as empresas preferem não utilizar um empregado, observa o relatório. Elas incluem atividades de análise de riscos e manutenção de infraestruturas como, por exemplo, a inspeção de telhados e pontes. Drones também podem ser usados para avaliar o terreno em pântanos ou minas, patrulhar fronteiras, auxiliar vítimas de acidentes, fumigar plantações, realizar avaliações estruturais de plataformas de petróleo o outras tarefas complicadas. Crescimento rápido “O uso comercial dos Vant’s vai aumentar muito na próxima década porque eles são práticos para a realização de tarefas degradantes ou perigosas”, afirma no relatório Thomas Kriesmann, subscritor sênior da AGCS para riscos de Aviação Geral. O relatório cita dados segundo os quais, atualmente, os drones para fins comerciais são usados especialmente para inspeções industriais (42%), com o mercado imobiliário em segundo lugar (22%) e agricultura em terceiro (19%). O quarto setor que mais os utiliza é o mercado de seguros, com 15%. O relatório observa que, de acordo com algumas estimativas, o número de drones e outras aeronaves não tripuladas poderia chegar a 7 milhões de unidades em todo mundo por volta de 2020. Há quem acredite que esse número possa ser ainda maior. O valor total da indústria de drones, como resultado, passaria de US$ 2 bilhões para US$ 127 bilhões no mesmo período. Nos Estados Unidos, a proliferação dos drones já é uma realidade. A FAA, agência que regula o setor de aviação no país, estima que haverá 600 mil drones de uso comercial em operação no país até o final deste ano, e outros 1,9 milhão para uso recreativo. E a tecnologia dos drones pode se espalhar para além dos atuais aparelhos de pequeno porte, com especialistas prevendo que, em uma década, 10% da frota mundial de aviação civil seja controlada virtualmente. Seguro Caso as previsões de crescimento do uso de drones se materializem, estima-se que o mercado de seguros para estas aeronaves chegaria a valer US$ 1 bilhão em 2020. Mais da metade deste valor estaria concentrada nos Estados Unidos. Com um número cada vez maior de drones voando por aí, os riscos também aumentam exponencialmente, argumenta da AGCS. A seguradora afirma que há dois principais tipos de riscos. O primeiro é a de colisão de drones com aeronaves tripuladas. As mais ameaçadas são aquelas que voam a alturas inferiores a 500 pés, como helicópteros, aviões de fumigação agrícola e aeronaves que aterrissam ou decolam de aeroportos. Dependendo do avião, os prejuízos podem atingir US$ 10 milhões só em danos a propriedade, segundo a AGCS. O segundo é a perda de controle do drone por afastar-se demais da origem do sinal. Acidentes desse tipo já á foram observados, e a AGCS afirma que, no caso de drones usados para vistoriar edificações, as perdas podem facilmente chegar a US$ 1 milhão. Isso para não mencionar o risco de que drones sejam utilizados por terroristas para atacar a infraestrutura dos países ou grandes aglomerações públicas, como eventos esportivos. O relatório traz uma lista de recentes eventos em que acidentes foram causados ou estiveram próximos de ocorrer devido ao uso de drones. Por exemplo, em junho, o aeroporto de Dubai teve que fechar seu espaço aéreo por mais de uma hora e desviar 22 vôos devido à presença não-autorizada de drones nas proximidades. Na região chinesa de Sichuan, um drone causou um blecaute de mais de seis horas em janeiro, após colidir com linhas de transmissão na cidade de Deyang. Por outro lado, uma maior utilização dos Vant’s pode reduzir o volume de sinistros em alguns setores específicos, como os acidentes de trabalho ligados à inspeção de obras. Um problema para o setor, segundo a AGCS, é que, em muitos países, os proprietários dos drones não são obrigados a registrar seus artefatos, o que dificulta a identificação dos responsáveis em caso de sinistro.