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Seguro para bullying irá cobrir possíveis despesas das instituições de ensino

29.01.2018 - Fonte: O Povo | Marcela Benevides

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De acordo com IBGE 19,8% do estudantes disseram ter “esculachado”, zombado, intimidado ou caçoado de seus colegas De acordo com o novo Código Civil brasileiro, a Justiça passou a entender que as instituições de ensino são corresponsáveis pelos atos de bullying ocorridos em suas dependências. Com base neste argumento, a seguradora SulAmérica criou o RC Bullying, que reembolsa os valores gastos pela instituição, caso seja responsabilizada judicialmente. O diretor da regional Norte e Nordeste da seguradora, José Henrique Pimentel, defende que ao disponibilizar uma cobertura específica para esses casos, a SulAmérica “colabora para dar mais visibilidade ao tema e conscientizar os estabelecimentos”. Ressalta também que o seguro “garante” despesas com tratamentos psicológicos de alunos, professores ou funcionários que foram alvos do bullying. A psicóloga e psicopedagoga Cristiane Couto Maia ficou surpresa ao descobrir a existência desse tipo de produto para proteger as instituições contra as despesas. Ela acredita que as educadoras devem investir na capacitação dos professores, para que eles sejam capazes de “prevenir e lidar” com essas situações. “Quem trabalha na instituição deve estar atento a situações de humilhação, principalmente dentro de sala”, defende a psicóloga. Ela destaca que as instituições e os pais devem buscar juntos medidas de prevenção ao invés de tentar remediar a situação. “As escolas precisam investir na contratação de profissionais que cuidem da saúde mental dos alunos”. Cristiane também defende que, aos olhos da sociedade, esse tipo de serviço é visto como se a instituição de ensino estivesse “lavando as mãos em relação ao assunto”. A psicopedagoga argumenta que investir em turmas menores e chamar mais os pais para debater o assunto são outros métodos de prevenir agressões como o bullying. A psicopedagoga ressalta que ao levar casos de bullying para a Justiça, ocorre uma exposição maior da vítima, que fica mais constrangida. “Não acho que haja demanda suficiente”. Ela explica que os pais têm optado por trocar os filhos de sala, turno ou escola, por exemplo. E em outros casos, o agressor é “convidado a se retirar” da escola. Cristiane acredita que as escolas com viés mais “empresarial” pode ver vantagem em relação a questões financeiras, mas que vai depender da filosofia da direção da instituição. Quanto aos colégios menores, a psicóloga afirma que eles têm uma “visão diferenciada” sobre o assunto, não acreditando nesta forma de abordagem. Segundo Pimentel, para “muitas” instituições, o assunto merece atenção especial e uma cobertura específica “faz todo sentido”, além das adesões estarem em crescimento “conforme o tema ganha mais atenção na sociedade”. A seguradora também acredita que a decisão tenha sido “acertada”, visto que existe uma necessidade de combater esse tipo de prática, e o seguro é “mais uma forma de dar visibilidade ao tema”.  

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