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Seguro online exige atenção redobrada

29.09.2016 - Fonte: Revista Apólice

O seguro contratado pela internet pode trazer dores de cabeça. Por isso, a opção deve ser bem avaliada para não se tornar uma armadilha para o consumidor. Muitas das seguradoras 100% online não possuem registro na Superintendência de Seguros Privados (Susep). Suas propostas de trabalho são baseadas num conceito de empreendedorismo e de liberdade de escolha do cliente com anúncios pregando a venda direta de apólice. Segundo a Federação dos Corretores de Seguros (Fenacor), a propaganda pode iludir o consumidor ao dizer que o corretor de seguros não é necessário. A entidade destaca que este tipo de empresa sem registro é ilegal, com posturas agressivas em relação ao consumidor, o mercado e aos corretores. “Trata-se de um desafio ao Código de Defesa do Consumidor, pelos riscos que acarreta para quem é enganado na compra de produtos. Para os corretores, é um desrespeito com nossa profissão, devido à propaganda desrespeitosa”, alerta Armando Vergilio, presidente da Federação. Ele diz que seguro não é apenas uma contratação ou a sensação de segurança e cobertura. É dar ao cliente a garantia de bons produtos, caso alguma eventualidade aconteça. “Uma seguradora online e sem registro é uma ilusão perigosa”, critica. Vergilio lembra que o corretor é alguém que conhece o mercado e os perfis de seguros mais indicados aos clientes. “Mexemos com momentos de tensão, dor e perigo na vida das pessoas. Vamos além da venda pura e simples”. Quando se fala de seguro online, alguns ramos necessitam de mais atenção na escolha das coberturas a serem contratadas. Para Erico Melo, corretor de seguros e presidente do Sincor-SE, é preciso atenção. “Para a modalidade de automóvel, por exemplo, pode-se ter a sensação de estar contratando um produto completo, com cobertura total, e na hora da ocorrência de uma colisão com perda parcial ter a infeliz surpresa de que o produto escolhido somente oferece cobertura por perda total ou somente para danos a terceiros”, exemplifica. As modalidades online têm contratações que tendem a ser de produtos simplificados, que não apresentam várias opções de coberturas. Este é mais um motivo para o cliente ficar atento. Em caso de análises mais complexas, o melhor é um consultor para analisar as diversas variantes envolvidas.

O mercado de seguros no Brasil

O setor de seguros é responsável por 6% do Produto Interno Bruto (PIB). É uma indústria que emprega mais de 40 mil pessoas, abriga cerca de 90 mil corretores e reúne 112 companhias seguradoras em todo o país. Em 2015, movimentou R$ 365 bilhões em volume de prêmios (considerando resseguros e a saúde suplementar), crescendo 11,6%, o que mostra sua força na economia nacional. As provisões técnicas estão próximas de atingir R$ 800 bilhões.

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