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Seguro educacional aumenta 79,8%

19.10.2016 - Fonte: DCI

O maior volume de calotes nas entidades de ensino alavancou a compra do microsseguro no setor como garantia de mensalidade paga e fluxo de caixa As altas na inadimplência e no desemprego no País impulsionaram em 78,9% as contratações de seguro educacional no primeiro semestre, em relação a igual período de 2015. Apesar do aumento de sinistros, setor tende a apostar no público mais jovem. Os dados são da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). Os prêmios registrados para o produto mostraram crescimento de R$ 12,3 milhões nos primeiros seis meses de 2015, para R$ 22 milhões em iguais meses de 2016. Segundo os especialistas ouvidos pelo DCI, com os reflexos da crise, as entidades de ensino, intermediadoras da venda desses produtos aos responsáveis financeiros dos alunos, elevaram a contratação desse serviço e embutem os gastos nas mensalidades. "As universidades e as escolas começaram a olhar para essa cobertura como algo viável não apenas para os pais, com a garantia de pagamento em diversas situações inesperadas, mas também como proteção para seu próprio fluxo de caixa", afirma Aquiles Poli, diretor da BR Insurance. Os últimos dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC Boa Vista), a inadimplência cresceu 4,7% na comparação trimestral. Segundo informações da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE), a taxa de desocupação de agosto ficou em 11,8% no trimestre móvel, alta de 0,6 ponto percentual em relação ao período entre março e maio deste ano e de 3% em relação a igual período do ano passado. De acordo com Daniel Pimenta, diretor executivo de da Lockton Brasil, a necessidade de "terceirizar o risco" se sobressaiu nas escolas e universidades de classe média. "A sinistralidade do produto nessas instituições também está aumentando, não em um percentual alarmante, mas já mostra crescimento relevante", avalia o executivo da Lockton. Ele ainda ressalta o cuidado na hora da contratação, no qual muitas entidades colocam o preço na mensalidade e afirmam aos pais e responsáveis ser algo gratuito. "É preciso avaliar o que você está assinando e entender a cobertura pela qual está pagando", diz. O preço do microsseguro costuma mostrar variação de 0,5% a 2% do total pago na mensalidade escolar. Foco maior Ainda segundo os entrevistados, o produto deve crescer pelos próximos dois anos, não apenas pela maior aderência das escolas, mas também pelo esforço cada vez mais forte das seguradoras. "Esse público mais jovem e mais aderente ao mercado de trabalho é mais interessante por conta do sinistro mais controlável. Pelo apelo, fica mais fácil vender um seguro educacional do que um de vida, e a tendência é que cada vez mais seguradoras entrem no ramo", conclui Eduardo Nóbrega, diretor operacional da LTSeg.

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