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Seguro de carro elétrico é mais caro? Fizemos as contas

05.03.2024 - Fonte: Quatro Rodas

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Apólices de seguro para carros elétricos já oferecem novos benefícios, mas têm peculiaridades que exigem atenção do consumidor

Se o futuro da mobilidade é elétrico, o seguro de automóvel também terá de ser. Mesmo no Brasil, cujo mercado de veículos elétricos (VEs) cresce a olhos vistos, mas ainda engatinha, as companhias já colocam o dedo na tomada.

Segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), foram 93.927 carros elétricos licenciados em 2023. Isso representa aumento de 91% sobre 2022, mas uma participação no mercado total ainda inferior a 5%. Mesmo assim, hoje todas as principais seguradoras do país oferecem cobertura para os carros zero emissões.

Não só cobertura como produtos específicos. Atualmente, as apólices que envolvem VEs trazem benefícios e serviços adicionais em relação aos modelos movidos por motores a combustão puros.

“O que move o seguro auto é a venda do zero-km. À medida que o share de elétricos aumenta, as seguradoras precisaram se adaptar não só para atender a esse mercado como se adequar às necessidades deste segmento”, observa Marcia Camacho, diretora de operações da Minuto Seguros.

Por isso, é importante que o cliente, especialmente o estreante no mundo da eletrificação, fique atento ao que cada seguradora oferece para seu carro elétrico. Serviços de reboque para uma estação de recarga no caso de a bateria descarregar é fundamental nesse tipo de apólice, por exemplo.

Outro ponto importante é a cobertura para o cabo de carregamento do VE – original de fábrica. A grande maioria das companhias oferece seguro adicional para o equipamento, e vale a cotação, já que um cabo novo pode custar de R$ 1.300 a R$ 2.000, conforme o veículo.

E tão importante quanto a cobertura do carro elétrico é a assistência técnica oferecida. São automóveis que exigem manutenção capacitada. Por ainda venderem pouco, a mão de obra e o número de oficinas qualificadas para mexer em elétricos também costuma ser restrito.

“Oficinas especializadas são essenciais em um momento de pane ou em um possível sinistro, então também precisam ser qualificadas”, ressalta Carla Oliveira, diretora de produto auto do Grupo HDI.

Por essa razão, é importante verificar no contrato a lista de estabelecimentos credenciados para consertos do carro elétrico. Ou se a apólice prevê que tais reparos serão feitos na rede de concessionárias da marca do VE.

Franquia de carro elétrico ainda é cara

A questão do conserto também implica em um assunto sempre delicado quando se fala de seguro automotivo: a franquia. Em simulações feitas no site da Minuto Seguros, a franquia de um BYD Dolphin (um dos carros elétricos mais baratos do Brasil) pode variar de R$ 14.000 a mais de R$ 21.000, de acordo com a seguradora.

Para efeito de comparação, um Toyota Corolla GLi, que possui preço sugerido próximo ao do Dolphin, tem custo de franquia na mesma simulação entre R$ 10.000 e R$ 13.000. Isso pode ser explicado não só pela questão da rede de assistência mais restrita e especializada como também pela ainda pouca disponibilidade de peças no mercado.

“Como esses veículos são consideravelmente mais caros, isso irá se refletir no custo dessa proteção. O mesmo se aplica para fatores como a manutenção, disponibilidade de peças no mercado nacional e reparos especializados que precisam levar em consideração toda a tecnologia diferenciada que os carros elétricos possuem”, pondera Carla, da HDI.

O custo do seguro vai baixar?

Em algumas companhias já não há mais diferença de valores nas apólices de veículos a combustão ou elétricos. Porém, em média, o preço do seguro de um carro elétrico ainda é entre 10 e 20% mais caro que o de um veículo com motor de combustão que custa aproximadamente o mesmo.

De volta à simulação do Dolphin e do Corolla, observamos diferenças de 11% nas cotações mais baixas apresentadas (veja abaixo). Por isso, a dica é, assim como no mercado dos carros tradicionais, comparar e cotar sempre. Seja em sites especializados, seja com o corretor de seguros.

“Existe ainda uma elasticidade muito grande entre as seguradoras no segmento de elétricos, de 50%, o que não acontece entre os veículos a combustão. Se o cliente cotar, pode ter boas surpresas em relação ao preço e até pegar descontos nas tarifas”, sugere Marcia Camacho, da Minuto Seguros. Isso porque, além de serviços e coberturas, o consumidor pode ficar de olho em outros benefícios.

Muitas seguradoras têm parcerias com montadoras que oferecem o seguro grátis”, embutido nas tarifas e com valores vantajosos. Outras oferecem descontos em postos de recarga.

De qualquer forma, a boa notícia é que a tendência é de que essa diferença nos seguros vá acabar com o crescimento natural do segmento de veículos elétricos.

“Toda tecnologia leva tempo para se popularizar e a tendência é que os carros elétricos e híbridos se tornem mais acessíveis no decorrer dos anos e tenham maior participação no mercado”, explica Arnaldo Bechara, diretor de automóvel, RD massificados e precificação da Tokio Marine.

“Consequentemente, os preços dos seguros devem acompanhar essa redução. O perfil dos consumidores vem mudando bastante nos últimos anos e é fundamental que o mercado se adapte a esses novos hábitos de consumo”, conclui o executivo.

Comparação: Dolphin vs. Corolla básico

Simulação de seguro para carros na plataforma da Minuto Seguros feita em fevereiro de 2024. Perfil: homem de 40 anos, casado e com filhos, morador da Zona Sul de São Paulo com uso do veículo a lazer e para o trabalho e rodando até 40 km/dia, com estacionamento fechado no trabalho e vaga na garagem em prédio residencial com portão eletrônico.

A BMW tem assumido desafios ousados nos últimos anos. Mas, no Brasil, sua aposta mais inovadora ou corajosa, é o novo i7. Além do design polêmico, a versão elétrica do Série 7 chega como a única opção do sedã. Enquanto a concorrência ainda oferece versões a combustão, o Série 7 entra de vez na era elétrica por aqui.

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