>

Seguradoras ainda calculam perdas com incêndios

13.09.2024 - Fonte: Fenacor

incendio-em-plantacao-de-cana-de-acucar-em-dumont-sp-em-24-de-agosto-de-2024-1724673764817_v2_900x506

A indústria de seguros monitora de perto a grave estiagem que afeta o país e os incêndios recentes, especialmente no interior de São Paulo, enquanto tenta mensurar o impacto financeiro desses eventos. Até o momento, não foi possível traçar uma estimativa precisa dos prejuízos, mas a expectativa é de que o efeito no setor seja limitado, sem provocar aumentos significativos nas taxas ou mudanças nos produtos oferecidos a produtores rurais.

Apesar disso, as seguradoras já enfrentam um aumento nos pedidos de sinistro, principalmente nos segmentos agrícola e residencial. Com as altas temperaturas previstas para as próximas semanas, a incerteza sobre os efeitos da seca no setor persiste.

Segundo Magda Truvilhano, vice-presidente da comissão de riscos patrimoniais da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), é prematuro falar em números exatos, já que os incêndios começaram há cerca de 15 dias. O setor agrícola, em particular, registra uma alta quantidade de sinistros, embora o valor das indenizações ainda não seja alarmante.

Na região central e noroeste de São Paulo, onde estão concentrados os focos de incêndio, as principais culturas afetadas, como a cana-de-açúcar, costumam ter baixa adesão aos seguros, o que pode mitigar o impacto financeiro nas indenizações. ‘A exposição das seguradoras não é elevada na região’, afirmou Daniel Nascimento, vice-presidente da comissão de seguro rural da FenSeg.

Ainda que o seguro rural cubra riscos de incêndios em lavouras, a maioria dos contratos de cana-de-açúcar são específicos para incêndios, com cobertura também para máquinas e equipamentos. ‘Embora os incêndios sejam pontuais, eles não geram grandes picos de sinistralidade’, explicou Nascimento.

James Hodge, diretor de agronegócio e construção da corretora WTW, destaca que, embora os incêndios estejam ocorrendo após a colheita das culturas de inverno, os danos às lavouras e equipamentos, como colheitadeiras, ainda estão sendo contabilizados. Há também uma preocupação com a colheita de trigo, que está em curso e pode ser afetada pelo fogo.

As pequenas propriedades rurais, especialmente de pecuária de corte e produção de leite, começam a demonstrar maior interesse em proteção contra incêndios. Fabio Damasceno, diretor técnico de seguro rural da seguradora Mapfre, relatou um aumento na demanda por seguros para benfeitorias, equipamentos e rebanhos.

A corretora Vokan, especializada em seguros agrícolas, registrou um aumento de 200% na demanda por seguros voltados a produtores de cana em agosto, em resposta ao avanço das queimadas.

Em termos financeiros, o seguro agrícola arrecadou R$ 2,2 bilhões no primeiro semestre de 2024, uma queda de 16,3% em relação ao ano anterior. Já as indenizações no segmento residencial cresceram 31%, totalizando R$ 889,3 milhões no mesmo período.

Notícias Relacionadas