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Roseli, mais uma profissional do setor de seguros atingida pelas enchentes

11.07.2024 - Fonte: Seguro Gaúcho | André Bresolin

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A catástrofe climática que assolou o Rio Grande do Sul no mês de maio trouxe inúmeras dificuldades e desafios. Aos poucos a sociedade está tentando se recuperar das inundações, embora a atual conjuntura não seja favorável e muitas pessoas ainda permaneçam desalojadas. Diante dessa realidade, o Seguro Gaúcho segue realizando postagens e mostrando a situação de profissionais de diferentes localidades que atuam no mercado segurador e foram afetados pelas inundações, como é o caso da corretora de seguros e presidente do Clube das Gurias, Roseli Castro, que mora no centro histórico de Porto Alegre (RS).

Nascida no estado do Piauí, Roseli passou a residir na capital gaúcha em 1991. Quando viu pela primeira vez a famosa esquina democrática, no centro da cidade, ficou encantada e decidiu que Porto Alegre seria o local certo para ela viver. “Foi em solo gaúcho que fiz novas amizades, comecei a trabalhar no segmento de seguros, construí minha vida e tive um filho, o Artur. Até hoje permaneço aqui”, explica Roseli. Entretanto, a mesma cidade que proporcionou excelentes recordações, também fez com que a corretora de seguros vivesse o seu momento mais crítico por causa das enchentes. Roseli foi afetada duplamente pela catástrofe climática, na medida em que seus endereços residencial e profissional, ambos no centro, estão em locais atingidos pela elevação do nível d’água. O apartamento em que ela mora fica num edifício na Rua dos Andradas e seu escritório, sede da Mandacaru Seguros, está localizado em um prédio da Rua Uruguai.

No dia 03 de maio Roseli trabalhava em sua corretora quando foi informada que até às 12h ela e as demais pessoas que estavam no prédio deveriam sair devido a rápida elevação da água ao redor do local: “nesse momento fui para o prédio onde resido e vi a movimentação na rua e nos arredores. A partir desse instante fiquei monitorando o avanço da inundação e pude ver bueiros jorrando água”. Até esse momento a corretora ainda permaneceu no prédio residencial, pois lá ela tinha energia elétrica, água encanada e conseguia realizar as atividades rotineiras: “contava com a amizade de vizinhas que possibilitavam a convivência fraterna, o que incluía longas conversas, o compartilhamento de itens de utilidade para todos e ainda sobrava tempo para o carteado. Estávamos atentas e mantínhamos a esperança da paralização das chuvas e do recuou dos alagamentos”.

Entretanto, o nível da água não parou de subir e na noite de sábado, 04 de maio, ocorreu a interrupção de energia elétrica e o desabastecimento hídrico no edifício: “sem luz não tinha como manter os aparelhos celulares ligados por muito tempo e meu filho precisou carregar alguns celulares de nosso prédio num apartamento situado na rua Demétrio Ribeiro”. Os moradores começaram sair do prédio e a partir desse momento o cenário passou a não ser favorável. Na segunda-feira, 05 de maio, ela foi aconselhada por seu filho e pelo ex-marido a abandonar o apartamento e deslocar-se na companhia de ambos para o bairro Santa Isabel, em Viamão: “saí de meu apartamento levando junto duas mochilas com medicamentos, notebook com as informações da corretora, além roupas e alguns itens pessoais”.

O filho de Roseli indo ao encontro do pai na esquina da Av. dos Andradas com a Caldas Júnior

Durante sua saída do edifício, a corretora teve de enfrentar a crescente inundação e para ela esse foi o pior momento. “Tive que andar naquela água que saiu do esgoto e já estava praticamente no nível da minha cintura. Pedi auxílio para uma equipe de resgate da Defesa Civil”, lamenta Roseli. Ela e o filho deslocaram-se junto com o ex-marido para a casa dele no bairro Santa Isabel, em Viamão. Naquele momento a residência tinha luz, mas estava desabastecida de água e os mercados locais não tinham mais água mineral para vender: “aproveitamos a chuva para encher baldes, panelas, bacias e com isso conseguimos utilizar a água. Ao ser fervida e adicionada ao limão, pudemos até consumi-la”.

Roseli recorda que em Viamão os mercados enfrentaram problemas na logística de reabastecimento, já que receberam água numa quantidade menor do que a demanda. Esse problema fez com que a corretora ficasse uma semana sem comprar água: “quando o produto chegou eu pude adquirir apenas duas bombonas”.

A corretora de seguros permaneceu em Viamão entre 08 de maio e 03 junho. Durante todo esse período ela manteve a plena atividade de sua corretora de forma virtual: “não parei de trabalhar e atendi a sinistros de meus segurados. Graças ao notebook e celular, consegui prestar atendimento em sua plenitude”. Como a catástrofe climática provocou muitas perdas materiais na população, Roseli acha que a tragédia serve de exemplo para mostrar que o seguro oferece proteção para a população: “a lição que fica é a importância da proteção securitária na vida das pessoas. Precisamos ver com mais atenção todas as coberturas que serão contratadas, pois foi bem difícil verificar que não houve indenização para vários sinistros pelo fato de que não havia sido contratada a cobertura para alagamentos e inundação".

Embora seu apartamento e seu escritório não tenham sido atingidos diretamente pelas enchentes, a corretora ficou muito sensibilizada ao tomar conhecimento que amigos, colegas e clientes tiveram perdas impactantes por causa da catástrofe climática. Quando recorda de todo o contexto da tragédia que assolou o Rio Grande do Sul, ela fica emocionada. “Sinto muita dor e tristeza ao compreender a dimensão da devastação”, finaliza.

Sabia mais

Em abril de 1991 Roseli iniciou sua trajetória no segmento comercial ao ingressar num salão de vendas de planos de saúde da Golden Cross. Em pouco tem ela começou a receber solicitações para comercializar seguros de automóvel e de vida. Diante da nova perspectiva, Roseli decidiu realizar o curso para habilitar-se na corretagem de seguros para atuar em todos os ramos. Profissional dedicada e engajada nas demandas da categoria, no passado Roseli chegou a integrar a diretoria do Sincor - RS. É uma das fundadoras do Clube das Gurias e até hoje atua como presidente desta entidade.

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