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Planos de saúde perdem quase 200 mil clientes em apenas um mês

17.02.2017 - Fonte: <a href="http://g1.globo.com/" target="_blank">G1</a>

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Grande maioria desses clientes é de trabalhadores que foram demitidos. Seguradoras apostam em retomada da economia no segundo semestre. Em apenas um mês, 200 mil brasileiros ficaram sem plano de saúde. A grande maioria é de trabalhadores que foram mandados embora. Olhando para os últimos dois anos de crise, dá para ver como os planos encolheram: perderam 2,5 milhões de clientes. Uma reação é esperada ainda para este ano. As seguradoras estão apostando em uma retomada da economia do país já para o segundo semestre deste ano. Assim, o número de clientes deve voltar a crescer, mas enquanto isso não acontece, quem perdeu o emprego e o plano agora depende só do SUS. Foi um dia duro para assistente administrativo Angélica Aparecida dos Santos. Dia de dar baixa na carteira de trabalho. Ela perdeu o emprego que tinha havia três anos em uma joalheria e ficou sem o plano de saúde oferecido pela empresa. Agora, Angélica, a filha de dois anos e o marido – que eram dependentes dela no plano – vão ter que contar com o Sistema Único de Saúde. “Traz um pouco de insegurança. Se é uma consulta de rotina, tudo bem, mas se é algo que você precisa utilizar uma emergência, exatamente nisso que traz uma insegurança”, disse Angélica. Em apenas um mês, quase 200 mil pessoas perderam o plano de saúde no Brasil. É o que mostra um balanço da Agência Nacional de Saúde Suplementar, que comparou o número de beneficiários entre janeiro de 2017 e dezembro de 2016. Segundo a ANS, já são 2,5 milhões de segurados a menos desde 2015. A sangria da cobertura médica está diretamente ligada ao desemprego – que atinge mais de 12 milhões de pessoas. Só dois de cada dez planos de saúde no país, hoje, são individuais. Os outros oito são coletivos – oferecidos principalmente por empresas aos seus funcionários. Por isso, a conclusão de especialistas é que o mercado de saúde suplementar só vai se recuperar depois da retomada dos setores da economia que mais empregam, como indústria e comércio. Um dirigente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo diz que, em muitos casos, empregos são preservados à custa dos benefícios. “Tem empresas que estão tirando o benefício principalmente na questão do plano de saúde, assistência aos trabalhadores, estão cortando. Então, esse problema está muito mais grave do que nós estamos imaginando”, afirmou Josimar Andrade, diretor de Relações Sindicais. Mesmo com esse cenário, a associação que representa 200 operadoras de planos de saúde acredita que o setor comece a se recuperar ainda neste ano. “A gente imagina que terá uma retomada da economia, especialmente no segundo semestre. É possível que haja um reequilíbrio desses números ao longo do ano, especialmente de agosto até dezembro”, disse o diretor executivo da Abramge, Antônio Carlos Abbatepaolo. Bem antes disso, Angélica já espera estar empregada e com plano de saúde novo. “Eu acredito que, agora, se a gente arrumar um novo emprego, tenha um convênio muito melhor para a gente, se não tiver a gente vai pelo SUS e espera que seja muito bem tratado”, disse. Segundo o balanço da ANS, em nove estados brasileiros até houve aumento no número de planos em um mês. O problema é que os estados do Sudeste, que concentra o maior número de empresas, perderam os planos. Só o estado de São Paulo concentra 40% dos contratos. Cerca de 92 mil pessoas ficaram sem assistência.

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