Operadora de saúde anuncia volta ao plano individual, mas deixa corretores em alerta com novo comissionamento
19.10.2017 - Fonte: Thaís Ruco
Em comunicado enviado aos corretores de planos de saúde e de seguros na última sexta-feira, 13 de outubro, a Amil informou a volta da atuação no segmento individual, com o produto Next Access, que está pronto para comercialização nas regiões de São Paulo e Guarulhos a partir desta segunda-feira (16).
Enquanto tantas operadoras deixam de comercializar planos individuais – por isso, nos últimos três anos, segundo os dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), cerca de 3 milhões de pessoas deixaram o sistema privado de saúde – a volta da atuação, muito pleiteada e aguardada pelos corretores de seguros, deveria ser uma grande notícia. Porém, o comunicado trouxe a informação de que, neste plano, haverá um comissionamento diferenciado – ou, melhor dizendo, bastante reduzido – aos corretores.
Para a diretora da VIACORP Administradora de Benefícios e presidente da Acoplan (Associação dos Corretores de Planos de Saúde), Rosa Antunes, a baixa na remuneração pode representar que a Amil se prepara para uma estrutura própria de vendas. “O valor que está sendo divulgado inviabiliza a atuação das assessorias e plataformas especialistas em planos de saúde, o que nos dá a entender que a empresa pretende atuar com estrutura própria”, diz.
Procurada, a Amil afirmou que, com alcance municipal e venda direta pela internet, a expectativa é que a oferta traga de volta à saúde suplementar parte dos beneficiários que perderam a cobertura do benefício oferecido pelas empresas. “Todo o processo de compra será efetivado pelo site vendas.amil.com.br, com ou sem o auxílio de um corretor de seguros”, afirma a assessoria de imprensa da Amil.
De acordo com a RN413, aprovada pela ANS, as operadoras podem vender seus produtos diretamente ao consumidor final. “Entretanto, quando a RN foi aprovada, se imaginava que a operadora usaria essa lei para vender em lugares onde a formação de uma equipe comercial não tivesse viabilidade técnica ou financeira, o que não é o caso de São Paulo, que possui aproximadamente 10 mil profissionais especializados na venda de planos de saúde”, completa a especialista. Além de Rosa Antunes, muitos corretores de planos de saúde registraram temor com o cenário e esperam reverter o modelo de negócios proposto pela operadora.