Open Insurance será market place para todas as operações
28.10.2022 - Fonte: CQCS
Um bate-papo incrível, como bem definiu o mediador do painel, Gustavo Doria Filho – fundador do CQCS – reuniu no “CQCS Insurtech & Innovation 2022”, na manhã desta quarta-feira (26), o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira; o fundador do ITC (Insuretech Connect), Caribou Honig, e o CEO da EOS, Jonathan Kalman. A conversa foi muito além do tema proposto “Futuro Próximo do Seguro”, tratando desde os possíveis efeitos do Open Insurance aos novos concorrentes que as seguradoras poderão ter pela frente em breve, passando pela visão dos investidores e as mudanças no seguro auto. “O Open insurance será um market place onde seguradoras e segurados poderão realizar todas as operações possíveis”, projetou Oliveira, acrescentando que a integração das informações em um ambiente único, com layout padronizado, permitirá “trocas” entre as seguradoras, que poderão criar produtos específicos para cada segurado.
Ele elogiou as mudanças feitas pela Susep na regulamentação do Open Insurance, especialmente a exclusão dos grandes riscos e a inclusão dos Corretores de Seguros. “Grandes riscos não podem ser negociados em um market place. Isso era um absurdo. E foi bom resolver a participação do Corretor de Seguros nesse ambiente”, salientou. Por sua vez, Jonathan Kalman, disse que os investidores estão olhando com atenção para todos os cenários e não se concentram apenas no que pode ocorrer em 2023. “Não olhamos para o ano que vem. Somos investidores de longo prazo. Olhamos as possibilidades de sinistros, áreas que vão se desenvolver”, exemplificou.
Ele admitiu a preocupação com os riscos cibernéticos, visto como prioridade pelos investidores. “A gente não sabe o que pode causar, é uma ameaça silenciosa. Todos estamos sujeitos a isso”, observou. Disse ainda que o mercado de seguros demanda muito capital e que os investidores não pretendem “colocar muito dinheiro em projetos experimentais”, citando os paramédicos e a telemetria. “Podemos fazer pequenos investimentos apenas”, salientou. Sobre mudanças no seguro de veículos provocadas pela tecnologia, Kalman citou o exemplo da Mercedes, que tem um projeto pelo qual é possível coletar 90 pontos de dados do motorista assim que ele mexe no volante. “Em segundos sabem quem é motorista, apenas pela maneira como mexe no volante”, revelou o CEO da EOS.
Já Caribou Honig entende que esses avanços podem, inclusive, trazer ao menos um motivo de preocupação para as seguradoras. Exemplo disso é exatamente a tecnologia usada pelas montadoras para coletar dados dos motoristas. Na visão dele, isso pode ser uma oportunidade, ajudando o mercado a subscrever melhor. Contudo, há riscos também. “Os dados vêm de uma montadora que, no futuro, pode querer ser concorrente direto da seguradora, embutindo um seguro por praticidade. Podem usar os dados que o mercado não tem ou cobrar por esses dados”, advertiu o fundador do ITC. Conhecido por ter sido o primeiro a prever o rápido avanço do uso das APIs no mercado, Caribou projetou um futuro em que o seguro embutido irá se destacar. “Há muitas conversas sobre seguros embutidos”, comentou.