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Movimento SOS – Chuvas RS: a história de quem vivenciou a tragédia das enchentes em Canoas

30.07.2024 - Fonte: Seguro Gaúcho | André Bresolin

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A catástrofe climática do mês de maio atingiu grande parte da cidade de Canoas (RS) e fez com que pessoas de uma mesma família que residiam em bairros diferentes fossem afetas pelas enchentes. Entre os milhares de desalojados existem muitas histórias e relatos sobre o trágico acontecimento, como o da securitária da Abensur Enris Corretora de Seguros, Eveline Souza. Morando em um edifício no bairro Fátima, no dia 03 de maio ela teve que abandonar a residência, assim como seus familiares que residem no bairro Rio Branco. Felizmente, num momento tão difícil Eveline pode contar com o apoio do Movimento SOS - Chuvas RS.

As casas de sua mãe e de seus irmãos foram inundadas pelas águas e os problemas ainda foram maiores por causa de situações familiares específicas. Sua mãe é proprietária de um estabelecimento comercial no mesmo bairro em que reside e o local também foi completamente alagado. “Senti impotência e tristeza não só por ter que abandonar minha residência, mas pelo fato de que meus familiares tiveram suas casas completamente inundadas e eu não poder abrigá-los em meu apartamento. Eles foram retirados de suas casas de barco após aguardarem por várias horas o resgate”, recorda Eveline.

Ela ainda conseguiu sair caminhando do edifício onde mora, em um momento em que o nível da água era mais baixo, pois sua preocupação inicial era com seu pai que vive em uma clínica residencial no bairro Harmonia, outro local afetado pelas enchentes: “saí do local com dois notebooks e algumas peças de roupa. Meus instrumentos de trabalho forma fundamentais, eu atuo na área de sinistros analisando os contratos”.

Nas primeiras duas semanas após deixarem suas residências, Eveline e seus familiares ficaram alojados na igreja evangélica que ela congrega na cidade de Cachoeirinha, já que eles não tinham outros parentes que moram em Canoas: “ficamos muito bem acomodados, o local era acolhedor e extremamente organizado. Mesmo que de forma remota, nesse período eu exercia minha atividade profissional e, na medida do possível, auxiliei os segurados que tiveram sinistros decorrentes das enchentes. Atuo na área de sinistros analisando os contratos. Também tive que dar suporte para minha família e ainda atuei como voluntária auxiliando outros desalojados que estavam abrigados na igreja”, relembra.

A família de Eveline que estava desabrigada era composta por cinco adultos e oito crianças e após duas semanas no alojamento eles conseguiram alugar uma casa com capacidade para acomodar a todos, ficando no novo endereço por cerca de dois meses: “mesmo com a privacidade tão importante para o convívio familiar diário, houve certo desconforto para o filho de minha irmã que é autista. Para ele foi mais complicada a adaptação, tanto que precisou dormir em uma barraca que foi instalada na sala, enquanto os outros repousavam nos quartos”.

Durante esse período a securitária teve que ser o apoio principal em nível familiar, já que o restante da família dependia dos rendimentos da fruteira de sua mãe que não funcionava por causa da inundação no bairro: “além de minha mãe, meu padrasto, meu irmão e a esposa irmã também trabalhavam no mesmo comércio e minha irmã contava apenas com o auxílio do seguro-desemprego. Naquele momento só quem tinha fonte de renda era eu, por conta de meu trabalho na corretora. “Nesse instante fiquei um pouco apavorada pela responsabilidade financeira que eu teria. Felizmente o Movimento SOS Chuvas RS do mercado segurador prestou auxílio financeiro. O valor de R$ 150 destinado para o serviço de limpeza já me deixou feliz. Depois recebemos um auxílio que nos ajudou financeiramente. Recebemos até material escolar para nossas crianças”, ressalta.

Para Eveline a iniciativa do Movimento SOS Chuvas RS é fundamental, na medida que os benefícios do estado para quem foi afetado pelas enchentes não são suficientes: “especificamente no caso de minha família os prejuízos foram muitos. Meu padrasto perdeu dois caminhões e tivemos quatro casas totalmente inundadas. É evidente que o auxílio governamental de R$ 5 mil não resolve esses problemas”.

Em sua opinião, toda ajuda financeira contribui um pouco. Entretanto, o Movimento SOS Chuvas RS presta um apoio que vai muito além do auxílio material. “É ótimo saber que existem pessoas que estão atuando para nos ajudar. Isso contribui muito para nós em nível emocional, gerando em nós um sentimento de gratidão”, afirma Eveline.

Segundo a securitária a retomada da vida está sendo gradual, já que a reconstrução dos bens materiais de sua família praticamente partiu do marco zero: “tanto o comércio de minha mãe, como as casas de meus irmãos e de minha sobrinha foram muito afetados pela fúria das águas. Felizmente tivemos apenas perdas materiais, mas não registramos óbitos na família”.

Mesmo diante de experiências doloridas ela demonstra otimismo com o futuro e um profundo sentimento de gratidão a Deus. “Meu primeiro agradecimento é a Deus, pois se não fosse o criador não estaríamos capacitados e com saúde para trabalhar e seguir adiante. Sei que foi Deus quem colocou em nosso caminho pessoas abençoadas, verdadeiros anjos, que de diferentes formas nos ajudaram. O Movimento SOS Chuvas RS foi uma espécie de personificação de Deus, na medida em que suas ações traduzem o mandamento divino de amar o próximo”, conclui Eveline.

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