Lixo veicular: como o RS está resolvendo o problema
16.06.2023 - Fonte: Detran RS
Artigo de Denílson Almeida dos Santos, biólogo e técnico superior do DetranRS
O DetranRS encaminha para reciclagem anualmente 3,2 mil toneladas de veículos em final de vida
Quando falamos do impacto ambiental da indústria automobilística, logo vem em mente a emissão de gases poluentes. Pouco se fala sobre o destino de milhares de carros, motos, ônibus e caminhões quando saem de circulação.
O lixo veicular leva à contaminação do solo e do ambiente aquático por metais, plásticos, borrachas, óleos e outros materiais. Os veículos abandonados também se tornam foco de pragas urbanas que podem representar riscos à saúde.
Para minimizar esses impactos, o RS encontrou uma solução: a reciclagem veicular e o incentivo à reutilização de peças usadas com origem lícita. Estima-se que no Brasil apenas 1,5% da frota é reciclada.
Na Europa, esse índice chega aos 85%, e nos Estados Unidos, aos 95%. A lei federal de 2014 que regulariza a atividade de desmanche de veículos no país é aplicada na prática apenas por RS e SP.
O DetranRS encaminha para reciclagem anualmente 3,2 mil toneladas de veículos em final de vida. Também supervisiona a reutilização de peças usadas. Desde 2015, mais de 370 mil veículos em final de vida passaram pelos 476 Centros de Desmanches de Veículos (CDVs) credenciados.
Percebemos, assim, a importância do protagonismo do poder público para resolução do problema. A destinação ambientalmente correta dos veículos em final de vida colabora diretamente para a proteção do meio biótico (fauna e flora) e do meio abiótico (água, ar e solo).
Também contribui para a redução de resíduos que seriam enviados aos aterros sanitários ou descartados de forma irregular, além de favorecer a economia de recursos naturais que deixam de ser extraídos do meio ambiente, principalmente água e minérios, sem esquecer a redução da emissão de gases poluentes.
Além da preservação ambiental, o combate ao desmanche ilegal de veículos, a destinação ambientalmente correta dos veículos em final de vida e a reutilização de peças lícitas contribuem com a redução no número de furtos e roubos de veículos.
Essas iniciativas também resultam em benefícios econômicos, gerando lucro, criando empregos e impulsionando a economia circular.