Expoentes do mercado segurador gaúcho compartilham suas experiências profissionais durante o período da catástrofe climática
12.06.2024 - Fonte: Seguro Gaúcho
O tradicional encontro mensal do Clube da Pedrinha do RS aconteceu na noite de segunda-feira, 10 de junho, na Casa do Marquês, em Porto Alegre (RS). Foi a primeira vez que Entidade se reuniu após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul no mês de maio. Também foi o primeiro evento na gestão da nova presidente da Confraria, Eliane Freitas. Diante dos impactos avassaladores que das enchentes, o assunto abordado na atividade não poderia ser outro. “Como será o amanhã?” foi o tema analisado pelo empresário e proprietário da Sultec Vistorias, Fernando Menezes, e pela sócia controller do escritório de advocacia C.Josias e Ferrer, Suellen Castro da Silva.
Eliane iniciou sua fala agradecendo a presença de todos que compareceram ao encontro, destacando a participação dos presidentes do CVG RS e SINCOR-RS, respectivamente Jean Figueiró e André Thozeski. Ela parabenizou os aniversariantes do mês de junho. A nova presidente da Confraria demonstrou sua satisfação pelo retorno das atividades após um período de paralisação causado pela catástrofe climática. Ela também destacou o Movimento SOS - Chuvas RS, reforçando o papel da iniciativa que foi criada para auxiliar os atingidos pelas enchentes no estado. Ela também resgatou o projeto Camiseta Solidária do Clube da Pedrinha, que foi criado no final de 2022. “Nesse momento as camisetas serão vendidas por R$ 30,00 e o valor arrecadado será destinado para as duas integrantes de nosso Clube que tiveram suas residências inundadas pelas enchentes”, explicou Eliane.
Já no princípio de sua fala Suellen ressaltou que para ela a catástrofe climática foi mais difícil de enfrentar do que a pandemia e exemplificou afirmando que todas as pessoas tiveram alguém na família ou de suas relações próximas que foi severamente afetado pelas enchentes. “Minha mãe teve a infelicidade de ter sua residência atingida pelas águas. Diante dessa realidade, tive que fazer a gestão de 48 pessoas do escritório, sendo que três colaboradores perderam tudo e ainda precisei lidar com a triste realidade de minha mãe. Manter a roda girando foi um desafio bastante produtivo”, disse a controller do C.Josias e Ferrer.
A advogada e empresária fez questão de salientar que a empatia existente na equipe do escritório acabou gerando uma sinergia entre os integrantes, já que todos vivenciavam direta ou indiretamente alguma grande perda decorrente da enxurrada. Como a empresa já operava no sistema híbrido de trabalho, foram realizadas chamadas de vídeo buscando a interação de cada um: “criamos um grupo chamado de Solidariedade com o propósito de juntar as forças e compartilhar o que poderia ser feito em prol de cada colaborador que estivesse necessitando de algo. Essa foi a maneira que encontramos de estar próximos de todos e ajudar”, explicou Suellen.
A controller do C.Josias e Ferrer vislumbra um futuro melhor se a sociedade continuar a propagar o drama vivido no Rio Grande do Sul. “O Brasil todo ajudou bastante nossa região, mas é preciso compreender que nós ainda necessitaremos de muita ajuda, o que é bem diferente de se contar com a chama empatia automática”, concluiu Suellen.
Já o empresário Fernando Menezes ressaltou que o mercado segurador foi extremamente afetado pela catástrofe climática. Ele fez um relato das dificuldades que ocorreram para a execução do trabalho da Sultec Vistorias, devido a impossibilidade do deslocamento ou porque muitos veículos ficaram totalmente alagados. Além do Rio Grande do Sul, a empresa opera em Santa Catarina e no Paraná. Nos outros dois estados da região sul as atividades tiveram um fluxo normal, mas em solo gaúcho a demanda de trabalho foi reduzida pela metade. “No princípio relembrei a época de pandemia e tivemos incertezas quanto ao que poderia ser realizado na medida que a água impediu as vias de acesso a Canoas e pouco tempo depois também não era mais possível ir até Novo Hamburgo, caiu uma ponte em Encantado. Daí começamos a receber ligações das seguradoras parceiras oferecendo apoio. Os próprios colaboradores das companhias se colocaram a disposição”, relembrou o empresário.
Fernando fez comparações entre a pandemia e o evento climático extremo no que se refere as indenizações realizadas pelas seguradoras, bem como as características dos problemas causados. E para dimensionar o atual momento, ele destacou que o impacto das enchentes foi tão grande que existem dificuldades de espaços disponíveis para o alojamento de automóveis: “gente, não está sendo fácil encontrar pátios para se colocar os carros. As companhias fizeram um mutirão para vir ao nosso estado auxiliar no trabalho. Parece até uma operação de guerra”.
Em relação ao mercado de vistorias de automóvel, Fernando projetou que devido ao fato de que os veículos foram completamente inundados, muitas seguradoras já sinalizaram que o atendimento das vistorias seja realizado de forma presencial: “nesse formato de vistoria é possível identificar em detalhes os problemas que são decorrentes de enchentes. Quando nosso trabalho é presencial conseguimos sentir o cheiro que está no carro, retiramos uma caixa de fusível, conseguimos fazer fotos de um trilho de banco ou pedal que estão enferrujados”. Ele disse que existem carros de todos os tipos que foram completamente atingidos pelas enchentes. Ao projetar o futuro do segmento, Fernando avalia que o trágico episódio que assolou a região deverá impulsionar a procura por seguros contra inundação e até de veículos.
Durante a conversa de Suellen e Fernando a educadora Jane Manssur, André Thozeski, Jean Figueiró e outras pessoas presentes fizeram intervenções, questionamentos e comentários sobre os desdobramentos que o evento climático extremo causou no setor de seguros. O bate-papo teve a mediação da jornalista e diretoria marketing do Clube da Pedrinha, Júlia Senna Carvalho.
Após o encerramento dos diálogos, quem compareceu ao evento pode saborear a tradicional e deliciosa culinária da Casa do Marquês.
Confira abaixo as fotos do encontro do Clube da Pedrinha RS desta segunda-feira.
Saiba mais
O Movimento SOS – Chuvas RS está sendo conduzido pelas seguintes entidades do mercado segurador gaúcho: Sindseg RS, Sincor-RS, CVG RS, Aconseg RS, Sindicato dos Securitários do RS, Clube da Bolinha RS, Clube da Pedrinha RS, ENS, Clube das Gurias, além dos veículos de comunicação do segmento, Seguro Gaúcho e JRS. Doações de qualquer valor estão sendo arrecadadas através da Chave Pix 92947241/0001-60 (CNPJ do Sindicato das Empresas de Seguros do RS).
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