Executivo da Bradesco Seguros ressalta a importância do corretor de seguros
02.06.2017 - Fonte: Revista Cobertura
Diretor enfatiza a pujança da indústria de seguros
Durante a 39ª Tribuna Livre, realizada na última segunda-feira, 29, pela Câmara dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo, o diretor executivo da Bradesco Seguros, Leonardo Pereira de Freitas, ressaltou o potencial do setor, a importância do corretor de seguros e as oportunidades que o mercado oferece. “Somos privilegiados por pertencermos a uma indústria pujante e que mesmo diante dos problemas, tem se mantido forte”, comentou Freitas.
A partir disso, ele mostrou o desenvolvimento do mercado de seguros nos últimos 10 anos. “Quando olhamos a relação do PIB e o prêmio de seguros nos últimos anos, destacamos, por exemplo, o ano de 2010 com crescimento do PIB de 7,5% e um crescimento da indústria de 13,5%. Em 2012, o ano de maior crescimento do mercado de seguros, um PIB de 1,9%. Mas principalmente, se observarmos os últimos dois anos, de PIB negativo, a indústria dos seguros continuou crescendo na casa de dois dígitos”.
Para ele, outro ponto a ser observado é a evolução desse mercado. Quando se diz respeito ao conceito de riscos para serviços, em 1990 havia mais de 80% da “pizza” do mercado de seguros concentrada em riscos patrimoniais. “Em 2016, o saúde e o dental representam quase 40%, o automóvel passou a representar 8%, vida quase o mesmo percentual”.
Freitas ressalta que, por causa disso, cabe um reconhecimento e empoderamento do corretor de seguros. “Nós que pertencemos a essa indústria somos responsáveis em devolver para a sociedade R$ 222 bilhões no ano de 2016, em resgates, indenizações, benefícios e sorteios. Assim como o profissional que cuida das pessoas como médico, bombeiro, o corretor de seguros cuida da vida, da saúde, do patrimônio e do futuro das pessoas”.
Desafios do mercado
O ponto de atenção é a mudança de comportamento da sociedade. “Hoje os jovens querem um celular e um cartão de crédito, antes queriam um carro assim que entrasse na faculdade. E precisamos pensar nisso em relação ao mercado de seguros”.
Segundo ele, há pesquisas que revelam as mudanças importantes e os targets potenciais. “Hoje 64% dos lares têm animal de estimação e o setor de pets está crescendo exponencialmente. 23% dos jovens, de 25 a 34 anos, ainda moram com os pais”.
Observando isso, é preciso saber se posicionar em relação ao que o consumidor quer comprar. “Temos que falar de inovação e falando nisso algumas pessoas pensam em processo, outras em tecnologia e outras em investimento. Mas inovação é pensar em como se adaptar ao mundo moderno, olhando o comportamento das pessoas”, afirma Freitas.
É preciso se preocupar também com a mudança do comportamento dos clientes. “Os clientes hoje, a geração Y, declinaram suas experiências em relação ao mercado de seguros, ou seja, o nível de expectativas deles era maior do que esperavam de informação”.
Segundo o diretor, a companhia tem pensado muito na indústria automobilística, nas questões do aumento da regulação, da conectividade dos veículos, automóveis compartilhados e carros autônomos. “E o que os equipamentos impactam na vida das pessoas e no risco, o que as seguradoras estão precificando e entendendo dessas evoluções para tornar o seguro mais acessível e aumentar a massa de seguros de automóvel”.
Existe uma preocupação mundial com relação a hackers na questão de quanto há de segurança desses veículos conectados, que hoje já é realidade. “Mas há sociedades conservadoras, como Alemanha e China com pessoas que são relutantes de ter carros conectados e o quanto isso pode invadir a privacidade”.
Outras oportunidades
Há temas interessantes que podem ser trabalhados para se vender mais com a longevidade. “Quando pensamos que em 2050 terá mais de 2,4 bilhões de pessoas com 60 anos ou mais e no Brasil 64 milhões, que hoje no país há mais de 26 mil pessoas com mais de 100 anos. Todo esse cenário dos desafios da longevidade e mudança da previdência trazem pano de fundo para que o corretor de seguros possa ofertar mais benefícios. Um idoso de hoje não quer mais ficar em casa, quer ter equipamentos, quer viajar, e hoje talvez ele precise mais de 100% da sua aposentadoria, já que a medicina está mais cara com a tecnologia”.
Esses novos modelos de negócios trazem uma proposta de valor mais tangível. “O desafio é cada vez mais o corretor entregar uma proposta de valor mais tangível. Talvez o grande desafio é ter uma quebra mental, a seguradora pensar menos em produto e mais no cliente. O papel do corretor de seguros é de suma importância para essa consultoria”, comenta o diretor executivo.
Ele ressalta que a oportunidade está nos 200 milhões de habitantes. “Destes, 78 milhões não tem um plano odontológico, mas já consomem mais que um plano por ano, ou seja, estão aguardando uma oferta de solução de produtos, com um custo menor do que ele paga por ano. O plano odontológico é o terceiro benefício mais desejado dos funcionários das empresas. 28 milhões de pessoas trabalham em pequenas e médias empresas onde a penetração de planos dentais é menor que 5%”.
Freitas enfatiza que há um manancial de oportunidades. “E quando eu falo de empreendedorismo, de inovação, é de coisas básicas que podemos implementar no dia a dia dentro da nossa empresa. A melhor forma de avançarmos no cross selling é em oferta combinada, é saúde com dental, auto com residencial, para que possamos realmente crescer e assim nossa indústria ser ainda mais forte”, finaliza do diretor executivo.