Empreendedora enfrenta destruição das cheias sem cobertura de seguro em Canoas
03.09.2024 - Fonte: Seguro Gaúcho l Andréia Pires
As águas que inundaram Canoas, quatro meses atrás, deixaram um rastro de destruição, especialmente para aqueles que, como a empresária Geisa Corrêa de Souza, proprietária de duas lojas do Palácio do Artesanato, não possuíam seguro para tragédias climáticas. A cheia histórica que assolou o bairro Harmonia em maio de 2024 devastou as lojas de multitecidos e aviamentos que a mulher e sua família administram há 18 anos.
"Nossas empresas foram diretamente afetadas pela enchente", relata a empreendedora, lembrando os 29 dias em que as águas permaneceram altas, comprometendo completamente os negócios. Ao conseguir retornar às lojas, a cena era de desolação: mercadorias, computadores e mobiliário estavam irreconhecíveis, submersos em lama e sujeira. "Contabilizamos uma perda de 4 milhões de reais. Muitas mercadorias que havíamos recebido na mesma semana em que a enchente começou foram perdidas", lamenta.
O impacto financeiro foi apenas o início dos desafios enfrentados por Geisa. As lojas ficaram fechadas por 45 e 72 dias, respectivamente, enquanto o estoque, que felizmente não foi atingido, era a única esperança para uma retomada. A limpeza e a arrumação foram longas e exaustivas, e mesmo após a reabertura, o retorno foi gradual, com prateleiras ainda vazias e um cenário que refletia a gravidade da destruição.
A solidariedade de fornecedores, que estenderam prazos de pagamento e ajudaram com novas mercadorias, foi essencial para a retomada, mas o trauma persiste. "Hoje, 4 meses após a enchente, ainda estamos vivendo com medo de uma nova cheia", revela a canoense, destacando que, além dos danos materiais, o impacto psicológico ainda é significativo.
A situação da empresária é agravada pela ausência de um seguro adequado. "Temos seguro contra roubo e incêndio, mas ele não cobria este tipo de sinistro", explica. A experiência vivida não foi diferente em sua residência, também atingida pela cheia. Desalojados, ela e sua família encontraram abrigo na casa de parentes, uma solução temporária enquanto tentavam colocar a vida e os negócios de volta nos trilhos.
A tragédia que se abateu sobre Geisa e muitos outros empresários de Canoas destaca a importância de uma cobertura de seguro mais abrangente, especialmente em tempos onde as mudanças climáticas tornam eventos extremos mais frequentes. A história desta trabalhadora é um lembrete doloroso de que, embora a resiliência seja admirável, a prevenção e a preparação são igualmente cruciais.