Corretora conta história marcante: “Segurada só ia ao hospital se eu estivesse junto”
09.03.2023 - Fonte: CQCS
Zulamar Trajano, corretora que iniciou sua carreira no mercado há 57 anos, relatou ao CQCS um pouco da sua trajetória e a história da amizade especial que teve com uma segurada: “Ela só ia pro hospital se eu estivesse junto”. Este é o primeiro relato do #MulherProtetora, projeto que vai contar histórias marcantes de mulheres no mercado de seguros.
Em um mercado que já foi predominantemente masculino, elas ganharam destaque, conquistaram espaço e trilharam uma jornada surpreendente. As Corretoras de Seguros são sinônimo de sucesso e fizeram histórias no mercado de seguros.
A primeira homenageada, Zulamar, iniciou sua trajetória no mercado de seguros em 1966. Passou pela Cia Paulista de Seguros (atual Liberty), Federal de Seguros, Aliança da Bahia e Bradesco Seguros.
Nas companhias que trabalhou, adquiriu o know-how no que diz respeito à prestação de serviços em seguros, notadamente das relações seguradora/corretor e seguradora/cliente. “Pelo profissionalismo com que lidava na solução dos conflitos que surgiam, o vice-presidente de Produção da Bradesco Seguros, o saudoso Dr. Rogério Dantas Freire me incentivou a me desligar da Bradesco e me tornei, inicialmente, ‘corretora de seguro saúde’. Posteriormente, ‘corretora plena’”, contou.
Em 2006, recebeu o Prêmio Top Of Mind conferido pelo INBRAP – Instituto Brasileiro de Pesquisa de Opinião Pública, tendo pontuação de 98% no quesito “Reconhecimento da Empresa” e 91% no quesito “Qualidade”.
Por várias vezes, foi contemplada em campanhas de produção da Bradesco Seguros, Allianz, SulAmérica, Unimed Seguros, Sompo, com premiações em dinheiro, viagens, carro, recebendo, inclusive, o troféu de maior Resultado de Auto/RE, em 2008, pela Bradesco Seguros. Atualmente, ela é proprietária da Zula Administradora e Corretora de Seguros.
Zulamar ou “Zula”, como costuma ser chamada pelos seus segurados, acumula muitas histórias memoráveis na sua carreira. Mas, uma história em especial toca o seu coração. Ela conta que em 1988, uma senhora chamada Maria Camardeli Lage, conhecida como “Dona Zica”, já com idade avançada, se tornou sua cliente e elas desenvolveram uma amizade muito bonita.
Pela sua idade, naquela época, Dona Zica acumulava alguns problemas de saúde. “Quando ela passava mal e tinha que ser internada, só aceitava ir para o hospital se eu fosse com ela. Parecia que eu era a médica. Em uma ocasião, eu estava no aeroporto retornando de São Paulo e a filha dela me ligou. Quando cheguei em Belo Horizonte, fui diretamente ao hospital para encontrá-la. Ela não queria comer, quando eu cheguei, ela abriu um sorriso. O médico ficou espantado com aquilo, parecia um milagre. Virou uma grande relação de amizade”, disse.
Dona Zica faleceu em 2001. Hoje, até as suas filhas são seguradas de Zula: a relação virou familiar. “Isso demonstra a confiança e segurança que eu conseguia transmitir. Sinto que sou uma Corretora de Seguros nata, afinal, não é isso que se espera de um corretor? A consultoria, o aconselhamento, a orientação? Tudo isso, aliado à empatia feminina, me faz transmitir confiança ao cliente”, relatou.
Mulheres no Mercado de Seguros
Ela acrescenta que as mulheres já conquistaram muito espaço no mercado de seguros, mas a luta pela igualdade continua. “Não podemos descansar para que consigamos o desejado equilíbrio”, revelou.
“Segundo pesquisa da Escola Nacional de Seguros, já somos a maioria. Mas, infelizmente, os salários sofrem grande diferença entre os gêneros. Eu acredito que essa diferença seja reduzida cada vez mais, isto porque nós, mulheres, possuímos características que nos auxiliam e nos orientam no nosso dia a dia profissional, o que é essencial para lidar com o cliente. O fato de sermos criativas, termos menores índices de erro, por sermos mais cuidadosas e sermos mais empáticas com o outro, nos faz desempenhar nosso papel de corretora de seguros, que vai muito além da proteção de pessoas e bens: somos verdadeiras agentes sociais”, finalizou a corretora.