Como investir em tecnologias voltadas ao Seguro Pet
04.12.2023 - Fonte: Insurtalks
Cenário do Seguro Pet no Brasil e no mundo Os seguros para animais de estimação podem abranger consultas, exames, cirurgias e tratamentos especializados, dentre outros procedimentos veterinários. A CNSeg publicou estudo que previu aumento de vendas a nível global, podendo alcançar o valor de US$38,8 bilhões até 2030, com crescimento anual de 11%. A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais (ABINPET) revelou que no Brasil existem aproximadamente 167,6 milhões de pets atualmente.
Expansão na demanda por serviços de cuidado com os animais de estimação
Assim, com a alta demanda do mercado, a procura dos proprietários por serviços de cuidado com os animais de estimação também aumentou. No Brasil, a Youse também fornece serviços para animais de estimação, com a assistência residencial Cão & Gato. Várias outras seguradoras, como a Zurich, a Europ Assistance e a Ciclic, também adotaram o mercado pet em seus produtos.
Crescimento do mercado e a Covid-19
De acordo com uma publicação do Portal Sebrae, o crescimento do mercado pet pode ser uma grande oportunidade para empresas e empreendedores começarem ou ampliarem negócios na área. O Brasil conta com mais de 285 mil empresas no ramo pet, sendo o terceiro maior mercado do mundo. No período da Covid-19 houve um aumento expressivo no cuidado com os animais de estimação. “Ao contrário da queda que ocorreu nos outros setores durante a pandemia, as empresas de cuidados com animais domésticos estiveram em constante crescimento e ampliação de seu mercado, isso porque muitas pessoas adotaram ou compraram pets para ter uma companhia durante o período de isolamento. Além disso, havia uma maior convivência com os pets durante a quarentena, o que estreitou esses laços e fez com que os tutores olhassem com mais carinho para seus bichinhos.”, revelou o Sebrae.
Investimentos em tecnologias voltadas ao Seguro Pet
A GD2, empresa voltada para investimentos em empreendedores com foco em inovação e tecnologia, revelou que “os negócios voltados para o consumo pet fazem parte de um mercado bilionário que vai continuar crescendo, chegando a US$236 bilhões até 2030”. A plataforma aponta para a necessidade de investimento no setor, impulsionando novos empreendedores ao redor do mundo a aderirem ao mercado. A Lassie, por exemplo, seguradora digital sueca para animais de estimação, é considerada o primeiro ecossistema de seguro preventivo para animais de estimação do mundo, e já obteve um total de 36,5 milhões de euros em financiamento. Para o futuro, a empresa pretende investir cada vez mais em inovação no seu ecossistema, uma vez que os investimentos em recursos tecnológicos para o mercado pet ainda são pouco vastos. “O aumento da posse de animais de estimação, juntamente com a mudança de percepções, resultou numa despesa anual de 23,5 mil milhões de euros em serviços e produtos relacionados com animais de estimação.” Além disso, a empresa busca se expandir cada vez mais no continente europeu nos próximos 12 meses, avançando na oferta de serviços. Com o intuito de acelerar processos de atendimento e aumentar a personalização, busca desenvolver IA generativa, a fim de apoiar os responsáveis pelos pets na manutenção da saúde dos seus animais.
Exemplos de inovação tecnológica no mercado
O presidente do Conselho Consultivo do Instituto Pet Brasil (IPB), Nelo Marraccini, revelou ao EY que o setor pet tem grande potencial de progredir, além de considerar o mercado muito inovador e atento às novidades que surgem. Portanto é importante que as empresas busquem se atualizar diante da demanda do público. O EY relatou ainda serviços adotados por empresas estrangeiras que fornecem confortabilidade tanto para os animais como para os donos. “No exterior, além de serviços, crescem soluções criativas e sofisticadas que unem a tecnologia ao bem-estar dos bichinhos. No Canadá, o iFetch é um lançador automático de bolas para manter o cão ativo e entretido. Já a Dog Parker é uma casinha de cachorro inteligente e segura que funciona muito bem durante as compras, uma vez que substitui a coleira presa do lado de fora do estabelecimento para o cão não fugir ou ser levado por alguém enquanto a pessoa faz compras.” No setor de seguros também é possível desenvolver tecnologias para a saúde e bem-estar dos pets, como:
- Fitness trackers: são monitores de atividades para pets. São usualmente acoplados às coleiras e com um GPS instalado. Podem registrar os hábitos de sono, os níveis de atividade e localização e até avaliar o condicionamento físico do animal. Os aparelhos rastreiam o movimento e os sinais vitais dos animais usando pequenos sensores e armazenam as informações em aplicativos que podem ser compartilhados com os veterinários. Assim, é possível comparar dados do comportamento animal ao longo dos meses, podendo ajudar a detectar precocemente problemas de saúde e, por isso, são usados até para diminuir valor do plano de saúde dos animais.
- Clínicas veterinárias digitais: os clientes podem escolher qualquer horário conveniente para consultas usando um software de agendamento online e economizar tempo no deslocamento até os veterinários. É claro que um veterinário precisa examinar um animal de estimação offline para fazer o diagnóstico correto, mas uma consulta preliminar online pode ajudar a entender rapidamente se há necessidade de encaminhar a um especialista restrito e, assim, economizar um tempo precioso em caso de uma doença grave.O que significa, também, menos visitas a veterinários e menos reclamações de seguro.
- Tecnologia de reconhecimento facial: feita inicialmente como um aplicativo para identificar animais perdidos, a tecnologia de reconhecimento facial para pets passou a ser usada para evitar fraudes nos planos de saúde para animais. O software funciona da seguinte maneira: reconhece os pets através da câmera do celular de duas formas: pelo focinho e pontos da face. Ainda há a opção do microchip, implantado sob a pele. A ideia de usar a tecnologia para evitar fraudes surgiu porque muitos tutores de cachorros tentam acessar os planos de saúde utilizando um outro cachorro aparentemente similar do plano contratado.
Uso de inteligência artificial pode alavancar o setor
Aliar a IA ao Seguro Pet pode ser uma aposta assertiva na busca por inovação dentro do mercado. Um acordo comercial entre as empresas Waggel e Joii Pet Care beneficiou clientes através de consultas de vídeo veterinária. A parceria tem como objetivo tornar os cuidados veterinários mais acessíveis, e faz parte da estratégia Vet-AI, que também é parceira da Animal Friends Insurance, ASDA Money e Purely Pets. O CEO da Waggle, Andrew Leal, comentou: “Estamos muito entusiasmados com a nova parceria com a Joii Pet Care. Como uma empresa insurtech, gostamos de fazer parceria com fornecedores que compartilham o mesmo nível de ambição e sofisticação tecnológica.”
Visão estratégica para consolidação das seguradoras no segmento
O seguro para animais de estimação pode ser um aliado no tratamento e na prevenção de situações adversas, priorizando o bem-estar animal. Plataformas digitais e tecnologias inovadoras podem tornar a contratação de seguros para animais mais fácil e acessível. O desenvolvimento de softwares e ferramentas que otimizem os serviços para os clientes pode promover um alcance maior para as seguradoras.
A ideia é construir uma relação que seja proveitosa tanto para o proprietário quanto para o seu animal de estimação. O mercado de seguros para animais, ao oferecer coberturas específicas para condições médicas, terapias alternativas, zelando pela saúde dos pets e aliando os processamentos e ofertas de serviços a tecnologias práticas que agilizem o cuidado dos animais, tem grandes chances de se tornar cada vez mais abrangente nesse crescente setor.