Como a transformação digital pode ajudar a preencher a lacuna de novos talentos no setor de seguros
09.11.2022 - Fonte: Insurtalks
As seguradoras continuam acelerando a evolução digital e se adequando a um clima de negócios cada dia mais moderno e arrojado. À medida que as Companhias adotam novas tecnologias e processos, experimentam uma base de funcionários envelhecida e trabalham com mudanças nas demandas dos clientes, é essencial elaborar estratégias para conseguir preencher a lacuna de novos talentos.
Brasil atingiu 81% de escassez de mão de obra especializada
Uma pesquisa realizada pelo ManpowerGroup e divulgada pela CNN Brasil apontou que a falta de mão de obra qualificada no Brasil atingiu a marca de 81% em 2022, sendo que a média global é de 75%. A consultoria ouviu 40 mil empregadores em 40 países e 3 em cada 4 empresários relatam dificuldades para encontrar talentos.
Ainda que a pesquisa não seja direcionada especificamente ao setor de seguros, é fácil deduzir que, se atinge 81% do país, alcança também o ramo segurador.
Dificuldades estão ligadas ao avanço tecnológico
A diretora de gestão estratégica de pessoas no ManpowerGroup, Wilma Dal Col, explicou, em entrevista à CNN Rádio, que a pandemia “pisou no acelerador” do problema, mas não o causou: “A cada ano, as empresas têm mais dificuldades para preencher vagas, desde as mais simples até algumas funções que exigem maior preparo e formação”, avaliou.
Essas dificuldades estão relacionadas “ao avanço e desenvolvimento da tecnologia, que vem cada vez mais trazendo soluções ágeis e exige o melhor da competência humana”.
As seguradoras precisam de talentos que acompanhem a evolução tecnológica
As seguradoras estão buscando transformar suas operações recriando todo o processo de sinistros e a experiência do cliente por meio da tecnologia. Elas estão incorporando dados da Internet das Coisas (IoT) em sinistros, permitindo IA conversacional e técnicas de gamificação, dentre várias outras modernidades agregadas aos novos produtos e serviços. Com esse movimento, as Companhias estão ajudando a criar uma nova maneira de trabalhar e, à medida que a alfabetização digital aumenta, o papel do profissional da área também está evoluindo, mas nem sempre é na mesma medida e no mesmo ritmo que a evolução da tecnologia.
Tarefas fáceis e rotineiras devem ser delegadas aos aparatos tecnológicos
A lacuna de talentos está desafiando as seguradoras que se deparam com a atribuição de profissionais que estão habituados a trabalhar com sistemas legados para sinistros mais complexos, por exemplo.
O uso das tecnologias de automação e autoatendimento oferecem a oportunidade de simplificar os sinistros rotineiros de alto volume e atividades mais simples para ampliar ainda mais a capacidade de uma força de trabalho. Dessa mesma forma ocorre para o corretor: tarefas fáceis e rotineiras são delegadas aos aparatos tecnológicos para que o corretor fique focado em prestar consultoria ao cliente, melhorar suas técnicas de venda e retenção e reciclar seus conhecimentos sobre produtos e serviços novos no mercado.
Oportunidade para áreas do Brasil que carecem de corretores de seguros
Em uma pesquisa realizada com base em dados da Susep, foi revelado que os corretores de seguros estão mal distribuídos no Brasil. Os números mostram que em aproximadamente 60% dos municípios brasileiros não há profissionais habilitados para trabalhar no ramo. A escassez chama a atenção principalmente nas regiões Norte e Nordeste, indicando que há um grande campo de atuação e mercado de trabalho que pode ser explorado.
Não há um corretor sequer em 3.400 municípios do país
De acordo com Altevir Júnior, representante do Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste (Sindsegnne), os corretores estão concentrados, em sua maior parte, nas capitais e em grandes cidades, deixando cerca de 3.400 municípios do interior sem um só corretor para atender à população.
“Os consumidores acabam sem ter acesso às oportunidades que o mercado segurador oferece principalmente por falta de conhecimento e orientação, trabalho que deve ser realizado por um corretor habilitado”
Segundo Altevir Júnior, são milhares as cidades mais afastadas dos centros onde existe demanda por produtos de seguros: “Quer seja para veículos, residências, empresas, seguros de vida, etc. Mas os consumidores acabam sem ter acesso às oportunidades que o mercado segurador oferece principalmente por falta de conhecimento e orientação, trabalho que deve ser realizado por um corretor habilitado”, afirmou.
Ainda de acordo com Altevir, uma das causas para a escassez de profissionais com a devida habilitação nessas localidades se deve, principalmente, à dificuldade que existia para realização do curso de capacitação e da prova para habilitação de novos corretores de seguros.
A transformação digital pode ajudar a preencher a lacuna de novos talentos na área
Com a escassez de mão de obra especializada, com as dificuldades de encontrar profissionais ligadas ao avanço tecnológico, com as mudanças no mercado de trabalho digitalizado e com a falta de corretores habilitados em determinadas regiões do país, o que pode preencher a lacuna de novos talentos no setor de seguros é justamente a transformação digital.
É justamente por meio das novas ferramentas de aprendizado que a mão de obra poderá se tornar especializada, que as dificuldades ligadas à tecnologia poderão ser superadas e que as mudanças no mercado de trabalho digitalizado poderão ser compreendidas.
A tecnologia rompe barreiras
E, ainda, é por meio da tecnologia que as regiões do país que carecem de corretores de seguros poderão suprir essa carência: a Escola de Negócios e Seguros (ENS) oferece curso para habilitação de corretores 100% online. Como disse Altevir Júnior: “O crescimento do ensino digital fez com que as distâncias fossem diminuídas e os profissionais que antes tinham que se deslocar para outras cidades para realizar um curso de formação e se tornarem corretores, agora podem fazer isso de qualquer lugar”. Para os corretores já habilitados das demais regiões do país, também é possível usar a tecnologia para aumentar a carteira de clientes incluindo as regiões nas quais não há, ainda, profissionais atuantes. Afinal, a tecnologia rompe barreiras.