A realidade sobre o custo do seguro auto
09.06.2022 - Fonte: Jornal do Comércio
Nos últimos meses, os clientes observaram a elevação do custo do seguro automóvel no momento da renovação das suas apólices. Apesar do natural questionamento, os motivos da alta não estão relacionados com mudanças na forma do cálculo do seguro.
O presidente do Sindicato das Seguradoras no Rio Grande do Sul, Guilherme Bini, disse que o aumento do prêmio do seguro auto está relacionado a uma soma de fatores que impactam a finalização do produto.
Conforme o dirigente, o primeiro ponto é a valorização de 23% da Tabela FIPE nos últimos 12 meses, fator determinante para a elevação do valor dos veículos. O segundo ponto é a reparação do bem, que envolve o custo de peças e a mão de obra.
Bini destaca que em função da pandemia do coronavírus, muitas montadoras ainda não conseguiram colocar suas linhas de produção em dia devido à falta de insumos. Além disto, as peças tiveram um reajuste médio de 16% no período de um ano. O terceiro ponto é a sinistralidade. Atualmente os números são superiores ao período anterior da pandemia, em março de 2020.
O quarto e último ponto envolve diretamente a pandemia. Com a redução do número de veículos circulando, as seguradoras ofereceram descontos no seguro auto durante os anos de 2020 e 2021, fato que deixou de acontecer em 2022 com o retorno das atividades presenciais. “Somados estes quatro pontos, o prêmio que o segurado pagará pelo seguro auto será maior do que nos últimos dois anos”, afirmou o presidente do SindsegRS.
Ao fazer a análise do segmento. Guilherme Bini ressaltou que não existe previsão de mudança deste cenário a curto prazo, devido a demora na entrega de carros zero quilômetro e a consequente valorização dos seminovos. “As companhias não alteraram a métrica de precificação do seguro. O que ocorreu foi uma alteração no mercado de compra e venda de veículos”, destacou Bini.
A direção do Sindicato trabalha com a perspectiva de mudança de cenário a partir de 2023, com a regularização da entrega de veículos novos e a consequente desvalorização dos seminovos. “Esta é a normalidade e não o que está acontecendo neste momento.
Agregado a tudo isto, também não podemos esquecer a conta da inflação, que pesa sobre o mercado segurador e os consumidores”, avaliou o presidente do SindsegRS.
Mesmo com as dificuldades impostas com a elevação do seguro auto, Guilherme Bini lembra que o produto agrega valores. “Quem contrata um produto com as seguradoras tem o respaldo das autoridades e conta com a fiscalização da Susep, Superintendência de Seguros Privados”, concluiu.