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A participação da mulher nas seguradoras

11.01.2023 - Fonte: Jornal do Comércio | Gerson Anzzulin

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Maria Helena Monteiro, diretora de Ensino Técnico da Escola de Negócios e Seguros, fala sobre a participação da mulher no setor

A 4ª edição da pesquisa da Escola de Negócios e Seguros apontou que a participação do sexo feminino em cargos de gerência nas seguradoras está em 44%, enquanto a defasagem salarial persiste a mesma dos anos 1970, em 75%. O tema será abordado nesta coluna com a diretora de Ensino Técnico da Escola de Negócios e Seguros, Maria Helena Monteiro.

– A participação em chefia cresceu, mas a diferença salarial segue como há 50 anos. Por que existe este cenário?

As mulheres já são maioria no setor de seguros desde 2001. Iniciamos esta análise estatística em 2012. A evolução na ocupação de cargos de gestão melhorou, mas ainda não é a ideal.A questão da diferença salarial não existe somente no Brasil e no setor de seguros. Acontece no mundo inteiro. Sabemos que o ônus da maternidade ainda recai muito sobre a mulher. Um novo problema é a longevidade, pois muitas mulheres param de trabalhar para cuidar dos idosos da família.

– Existem perspectivas de mudanças deste cenário?

Não vejo isto a curto prazo no Brasil. Em outros países existe a preocupação dos governos em oferecer creches e escolas em tempo integral para que as mulheres possam trabalhar. Por outro lado, a demografia brasileira está mostrando que as mulheres estão tendo menos filhos. Se o governo não criar condições, vamos continuar em números decrescentes na população.

– O potencial das mulheres segue subaproveitado no segmento de seguros?

Existe uma equiparação na ocupação dos cargos de coordenação entre homens e mulheres. Nos cargos de gerência, há um desequilíbrio, com 56% sendo exercidos por homens e 44% por mulheres. A situação é bem diferente nos cargos executivos, onde a faixa de ocupação dos homens é de 69% e a das mulheres é de 31%.

Mas sou otimista, pois quando iniciamos esse estudo, no ano de 2012, a proporção era de quatro homens para uma mulher em cargos executivos. Hoje é 2,1 homens para cada mulher. As empresas têm a conscientização de que a diversidade traz resultados financeiros. Se você lança produtos de seguros para uma população variada, não podemos ter somente homens trabalhando nisto. As seguradoras estão operando neste sentido, incentivando as mulheres a investirem na carreira.

– As desigualdades nos ganhos salariais e nos cargos de chefia está na faixa de 70%. Em valores, o que isto significa?

A média salarial dos homens é de R$ 8,3 mil e a das mulheres é de R$ 5,8 mil.

– A pesquisa chega a indicar que existe uma intenção de mudança de postura das seguradoras em relação ao incentivo de mais mulheres nos cargos executivos?

Sim. Este cenário já existe nas Universidades, com mulheres exercendo as principais funções. É natural que as seguradoras acolham esta prática e caminhem neste sentido.

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