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A necessidade de inclusão do seguro contra catástrofes naturais na Cobertura Básica

22.07.2024 - Fonte: Seguro Gaúcho | Andréia Pires

SEGURO-GAUCHO (42)

Em um cenário global marcado por eventos climáticos cada vez mais imprevisíveis, a inclusão de seguros contra catástrofes naturais na cobertura básica tem se mostrado uma necessidade premente. O vice-presidente de comunicação da Fenacor, Carlos Valle, enfatiza a importância dessa medida, destacando como as mudanças climáticas têm surpreendido a todos, independentemente da preparação prévia.

A importância das coberturas contra inundações

Segundo Valle, "O mundo está mudando muito e as condições climáticas têm pegado todos de surpresa. Por mais que se possa imaginar o que pode acontecer, sempre vem uma surpresa." Ele explica que a essência do seguro é justamente cobrir eventos possíveis, o que pode ajudar a reduzir os preços dos seguros, uma vez que o risco é distribuído de maneira mais equilibrada entre diferentes regiões. "Não adianta só fazer seguro daqueles que têm o risco elevado. Nestes casos, o preço será muito alto", acrescenta Carlos, ressaltando a necessidade de uma cobertura abrangente que proteja todos os imóveis contra acidentes climáticos.

A imprevisibilidade das catástrofes naturais

O vice-presidente de comunicação sublinha a imprevisibilidade dos desastres naturais como um forte argumento para a inclusão dessa cobertura. "Ninguém sabe o que vai acontecer no mundo. Cada ano uma surpresa em lugares diferentes. Catástrofes diferentes. Até agora só conhecemos a água, o fogo e o terremoto. Pode existir um evento novo. Ninguém sabe." Ele cita as recentes enchentes no Rio Grande do Sul, onde muitas pessoas arriscaram suas vidas para salvar seus bens. "Se tivesse segurado, não iam nem querer saber o que vai ficar ali. Se iria estragar geladeira, fogão."

O pleito da Fenacor para a Susep

A Fenacor enviou à Susep um pleito de alteração normativa para tornar obrigatórias as coberturas de inundação e alagamento no plano básico de seguro residencial. No documento, assinado pelo presidente Armando Vergilio, a entidade argumenta que este é um "assunto de cunho social de extrema relevância". A proposta visa alterar a Circular 620/20 da Superintendência de Seguros Privados, incluindo essas coberturas de forma compulsória na cobertura básica ofertada hoje no mercado.

A Federação justifica que essa mudança aproximaria o seguro residencial do seguro habitacional em termos de cobertura de danos físicos, sem replicar outras coberturas que poderiam encarecer as contratações de apólice. Atualmente, apenas clientes que se consideram em áreas de risco severo contratam esses planos, resultando em uma oferta restrita pelas seguradoras. A inclusão obrigatória dessas coberturas visa minimizar os danos de catástrofes, como as ocorridas recentemente no Rio Grande do Sul.

Conscientização nacional e o papel dos corretores de seguro

Valle também destaca a importância de uma conscientização nacional sobre a inclusão dessa cobertura. "Ela é a única forma que as pessoas vão encontrar de ter a recompensa de um prejuízo causado por um sinistro coberto." Ele sugere que a conscientização pode ser alcançada compartilhando histórias e estudos sobre catástrofes, além de mobilizar os profissionais do mercado de seguros. "Muito mais do que corretor, ele é um agente do bem-estar social."

A conscientização deve focar em mostrar que os corretores vão além de vender apólices; eles protegem pessoas e patrimônios. "Trocar o discurso de 'vamos vender' por 'vamos proteger mais pessoas' é fundamental", diz o vice-presidente. Ele acredita que essa abordagem traz uma satisfação profunda ao corretor, sabendo que ajudou a resolver problemas e proteger vidas.

Reflexão e responsabilidade social

Por fim, Carlos incentiva uma reflexão sobre o trabalho dos corretores e sua responsabilidade social. "Pensar naqueles que perderam e que estava em nossas mãos a solução, e tiveram seus problemas, suas perdas resolvidas, dá uma satisfação muito grande." Diz, destacando a importância de transmitir essa alegria e satisfação em proteger o próximo, reiterando o papel dos corretores como agentes do bem-estar social. Uma vez que, a inclusão do seguro contra catástrofes naturais na cobertura básica não é apenas uma questão técnica ou financeira, mas uma medida essencial para garantir a proteção e segurança das pessoas em um mundo cada vez mais vulnerável a eventos climáticos extremos.

 

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