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A contribuição social do mercado segurador no combate à Covid-19

25.05.2022 - Fonte: Segs

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Proteger a sociedade e tudo aquilo que é importante para ela é a razão de ser da atividade seguradora. Diante de um dos cenários mais adversos da história recente do Brasil e do mundo, o setor de seguros não mediu esforços para apoiar a população por meio de ações de solidariedade e da continuidade da prestação de serviços, mesmo durante o período de isolamento social. Neste momento tão desafiador as seguradoras, excepcionalmente, renunciaram à cláusula contratual de exclusão de coberturas por morte decorrente de pandemia, e pagaram cerca de R$ 3,7 bilhões em indenizações às famílias dos beneficiários vitimados pela Covid-19, entre o início da pandemia e julho. Estas iniciativas imprimem marcas indeléveis de solidez e resiliência na história do seguro no Brasil (VALOR ECONÔMICO, 2021).

O mercado de seguros foi um dos poucos que cresceu em meio à crise. A pandemia fez com que o setor saísse de um crescimento de 12,3% em 2019 para 1,3% em 2020, contudo, esta queda pode ser considerada positiva, quando comparada com a queda da indústria e do setor de serviços. Para o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, o bom resultado é fruto de um conjunto de fatores, como a forte sinergia entre seguradores e corretores, a oferta de produtos e soluções alinhadas às necessidades dos segurados, e a digitalização de processos, que permitiu o trabalho remoto e a diversificação dos canais digitais de comercialização (CNSEG, 2021).

Em 2020, a demanda pelo Seguro Residencial cresceu 6,1% em relação a 2019. Em meio necessidades geradas pelo home office e aos desafios do ensino remoto, o Seguro Residencial se revelou um grande aliado das famílias na proteção de suas casas contra riscos de incêndios, raios e explosões, permitindo o segurado incluir ainda serviços emergenciais como: eletricista, encanador, chaveiro e reparos de linha branca (geladeira, fogão, máquina de lavar roupa, entre outros).

Segundo dados atualizados do Ministério da Saúde, durante a pandemia milhares de pessoas perderam suas vidas. Neste cenário, muitas famílias ficaram sem os seus provedores, e é neste contexto que jovens adultos, na faixa entre 30 e 45 anos, têm intensificado a procura por seguros de vida. “Diferentemente do que muitas pessoas imaginam, o seguro de vida é uma proteção que pode e deve ser usufruída em vida, sendo parte essencial de um planejamento financeiro consistente. Todos nós estamos sujeitos a imprevistos, e é nesses momentos que geralmente nos damos conta da necessidade de termos uma rede de segurança que possa amparar e dar tranquilidade a nós mesmos e a nossos familiares”, afirmou o presidente da FenaPrevi, Jorge Pohlmann Nasser, em entrevista divulgada pelo Caderno de “Finanças Mais” do “Estadão”. No primeiro semestre de 2021 o seguro de vida registrou alta de 16,31% em relação ao mesmo período de 2020 (ESTADÃO, 2021, p.12).

A saúde suplementar também recebeu um grande volume de novas adesões, que revela que o segundo principal item de desejo dos brasileiros, atrás apenas da casa própria, se tornou ainda mais relevante no contexto da pandemia, contribuindo significativamente para desafogar o Sistema Único de Saúde – SUS. Entre março de 2020 e março deste ano o sistema de saúde suplementar conquistou 1 milhão de novos usuários, ultrapassando a marca de 48 milhões de beneficiários, o maior patamar desde setembro de 2016 (FENASAÚDE, 2021). Os profissionais da saúde do setor público e privado, os grandes heróis da linha de frente, foram reconhecidos e homenageados pelo mercado de seguros através de campanhas como “Fascinação” e “Com Você Sempre”, da Bradesco Seguros, e #AosQueSalvamVidas, da SulAmérica.

As ações de solidariedade são muitas, e para registrar e perenizar as iniciativas do setor de seguros em prol da preservação da vida, a equipe do Centro de Documentação e Memória do Mercado Segurador – CEDOM tem trabalhado na construção de um dossiê que abrange este conjunto de ações. Entre as iniciativas já mapeadas estão a doação de R$ 16 milhões pela Fundación , instituição sem fins lucrativos do Grupo , para apoiar autoridades governamentais e entidades de saúde de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais na execução de medidas de prevenção e tratamento da Covid-19 ( , 2020).

O trabalho de pesquisa em curso também revela que desde o início da pandemia a Zurich, juntamente com a Z Zurich Foundation e a Zurich Santander, já doaram um montante de R$ 11,4 milhões para diferentes ações voltadas ao combate da Covid-19, com destaque para a aquisição de leitos de UTI e EPIs, e para o fornecimento de cestas básicas para 4,1 mil famílias, além do financiamento de testes rápidos e da doação de 7 miniusinas de oxigênio para hospitais do Amazonas (ZURICH, 2021).

Entre as ações apoiadas pela Bradesco Seguros estão a reativação de leitos no Hospital Universitário da UFRJ, a construção do Hospital de Campanha do Rio de Janeiro – inaugurado em 25 de abril de 2020 com 100 leitos de UTI e 100 leitos de enfermaria – a viabilização de 26 mil testes de diagnóstico da Covid-19 em São Paulo, a criação de 56 novos leitos no Hospital das Clínicas de São Paulo, entre outras iniciativas (BRADESCO SEGUROS, 2021).

Unindo esforços com parceiros a SulAmérica realizou doações para entregar mais de 300 novos leitos às cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, sendo 102 para a Santa Casa de Misericórdia paulistana e mais 200 para um hospital de campanha no Rio. A seguradora também apoiou a compra de EPIs para a rede pública de saúde e a ativação de usinas de oxigênio no Estado do Amazonas, e engajou os seus colaboradores em uma ação que arrecadou mais de R$ 80 mil através de uma plataforma online. A SulAmérica fez um matching nesta doação adicionando mais R$ 1 milhão ao total arrecadado. Além disso, no início deste ano prestou atendimentos psicológicos gratuitos a profissionais da linha de frente e a familiares de internados ou vítimas da Covid-19.

Já a Allianz Seguros doou 23 toneladas de alimentos e itens de higiene e limpeza para cerca de mil famílias da comunidade Santa Rita, na Zona Leste de São Paulo e o IRB Brasil Re doou R$ 1 milhão para o fundo emergencial de combate à Covid-19 da Fiocruz. O Instituto Ação Pela Paz, organização apoiada pela CNseg, distribuiu quase 3 milhões de máscaras ao sistema prisional brasileiro, contemplando pessoas privadas de liberdade e funcionários de complexos penitenciários do Estado de São Paulo e da região norte do país. Estas e outras ações contribuíram para salvar vidas únicas e dotadas de grande singularidade, e é por isto que a equipe do CEDOM segue documentando esta belíssima história.

Além do comprometimento com as indenizações por mortes decorrentes da Covid-19 e do número expressivo de doações, o setor de seguros também desempenhou um papel social relevante na disseminação de informações consistentes em um contexto em que as Fake News (notícias falsas) se disseminaram de forma tão rápida e destrutiva quanto o próprio coronavírus. Para o diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência, Frank Márcio de Oliveira, a propagação massiva de notícias falsas pelas redes sociais tem como foco a manipulação da opinião pública e o desprestígio das instituições, bem como a obtenção de vantagens econômicas ou políticas (AGÊNCIA SENADO, 2021).

A CNseg reafirmou publicamente o seu apoio às autoridades sanitárias como uma das signatárias do “Comunicado Relevante à Sociedade Brasileira” emitido pela Iniciativa FIS – Fórum Inovação Saúde. O documento destacou a importância do isolamento social e da busca de informações em fontes confiáveis, trazendo o seguinte alerta:

Estamos em estado de guerra sanitária contra a Covid-19 (…) Sigam todos as recomendações do Ministério da Saúde. Não republiquem posts sobre a Covid-19 sem antes confirmar no site do Ministério da Saúde se existe fundamento técnico para respaldá-lo.

(…) Na dúvida sobre como proceder, os sites do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais possuem todas as informações de que você precisa (FIS, 2020).

Além de veicular recomendações de higiene e de atitudes preventivas contra a proliferação do vírus em seu site institucional, a CNseg também divulgou sites como os do Ministério da Saúde, da World Health Organization – WHO e da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS como fontes seguras de informação. Também foi criada uma página online que reuniu todas as notícias que a Confederação publicou sobre a Covid-19 em seus diferentes canais de comunicação, e as iniciativas das seguradoras relacionadas à pandemia (CNSEG, 2020).

O grande esforço do mercado de seguros de levar informações qualificadas à população sobre o coronavírus foi materializado na hashtag #juntospodemos, criada pela CNseg com o objetivo de demonstrar que somente pela união dos esforços os desafios da pandemia poderiam ser superados. A Confederação também lançou uma série de webinars que reuniram especialistas e executivos do setor em profícuos debates sobre temas relacionados ao impacto da Covid-19 na atividade seguradora, entre outros tópicos de interesse do mercado.

O setor de seguros também zelou pela segurança de seus funcionários, estagiários e prestadores de serviços por meio da adoção do home office e da suspensão das agendas de eventos e treinamentos presenciais, além de viagens nacionais e internacionais. O mercado de seguros aderiu ainda ao movimento #NãoDemita, uma iniciativa voltada à preservação de milhões de empregos que surgiu em março de 2020, no contexto em que Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde – OMS, anunciou o estado de pandemia do novo coronavírus. Entre as seguradoras que aderiram ao movimento estão a Porto Seguro, a Tokio Marine, a MAG Seguros, a Bradesco Seguros, entre outras.

A pandemia afetou a vida da população e seus hábitos de consumo. Nesse novo cenário o mercado de seguros intensificou o uso de plataformas digitais e a adoção de novas formas de interação com os clientes, que repercutiram positivamente em mais agilidade e transparência, conforme revelou o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, em entrevista à Rádio CNseg:

Com o expressivo avanço tecnológico do setor, as empresas garantiram o funcionamento de todas as suas áreas de serviços. Esta conquista foi realizada porque as empresas cuidaram dos seus colaboradores, que em sua grande parte foram realocados para o regime de home office, e também do atendimento aos segurados, que contaram com os serviços de modo ágil (CORIOLANO, 2020).

Segundo dados da pesquisa realizada pela consultoria Uotz, divulgados na reunião da Comissão de Inteligência de Mercado – CIM da CNseg, os clientes desejam que a transformação digital se mantenha acelerada no pós-pandemia. Entre os elementos desejados por consumidores destacam-se: a personalização de produtos, o atendimento mais humanizado e empático, maior acompanhamento do ciclo de experiência do usuário, e agilidade na resolução de pendências por meio de ferramentas como chats, WhatsApp, QR Codes, entre outras soluções. Para a CNseg, “o relacionamento digital ganha cada vez mais relevância diante de uma sociedade mais informada, consciente e exigente, que valoriza experiência, agilidade e conveniência” (CONJUNTURA CNSEG, nº 52, 2021, p. 12 e 13).

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