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Seguro de vida precisa se reinventar para reduzir o gap de proteção financeira da sociedade

14.11.2024 - Fonte: Sonho Seguro

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No evento CQCS Insurtech & Inovação, realizado em São Paulo nos dias 12 e 13 de novembro, o painel “Reinventando o Seguro de Vida Todo Dia” trouxe para discussão os desafios e oportunidades do mercado de seguros de vida no Brasil. O debate contou com a presença de Nuno David, diretor comercial de marketing da MAG Seguros, Ramon Gomez, vice-presidente comercial da MetLife, e Rogério Araújo, sócio da TGL Corretora de Seguros.

Para Nuno David, a penetração do seguro de vida no Brasil ainda é muito baixa: apenas 17% da população possui cobertura, e a maioria dessas apólices são contratadas como parte de financiamentos, sem que os consumidores estejam plenamente conscientes da proteção que possuem. Segundo ele, a porcentagem de pessoas que contratam seguros por meio de uma venda consultiva pode ser inferior a 5%. “Temos um grande número de famílias que não possuem a proteção financeira necessária para manter seu padrão de vida em caso de imprevistos”, afirmou.

David destacou a importância de encontrar novas formas de atingir diferentes públicos e a necessidade de ampliar o portfólio e a inovação, especialmente em um país tão diverso quanto o Brasil. Uma das iniciativas da MAG Seguros é criação da seguradora digital F/Seguros, em parceria com a Favela Holding.A estratégia inovadora de seguros nas favelas, que visa oferecer proteção para uma população estimada em 18 milhões de brasileiros, tradicionalmente com pouca oferta de serviços financeiros. “Esse é um trabalho que abre um mercado enorme”, reforçou. O diretor da MAG também citou iniciativas como o Open Insurance e a regulação de seguros on-demand, que abrem novas possibilidades de mercado e são oportunidades para os corretores de seguros explorarem.

Ramon Gomez trouxe uma abordagem mais filosófica sobre o papel da inteligência artificial (IA) como uma força transformadora da sociedade, que deve ser entendida e avaliada pelo setor de seguros. Ele pontuou que a IA pode trazer neutralidade e precisão para decisões de precificação, algo que atualmente enfrenta falhas devido ao medo de perder negócios. Gomez comentou que, embora a IA traga oportunidades, também levanta preocupações, especialmente quanto ao controle sobre suas operações. Ele citou exemplos de drones militares que reagiram de forma inesperada, destacando o perigo de confiar cegamente na tecnologia.

Para Gomez, a evolução tecnológica tem o potencial de criar um cenário distópico, com até 50% de desemprego no mundo, gerando uma nova classe de “inúteis laborais” que perderiam suas funções tradicionais. “Precisamos de políticas inclusivas e de uma melhor distribuição de renda para que a transformação digital e a IA tragam dignidade e oportunidades, especialmente para pessoas que hoje estão desassistidas”, afirmou.

Rogério Araújo defendeu que a expansão do seguro de vida passa por educação e conscientização da população. “Precisamos levar o seguro de vida para a sociedade e assumir o protagonismo na educação financeira”, disse. Segundo ele, o papel dos corretores é fundamental, pois eles precisam despertar nos clientes a necessidade de proteção financeira para garantir que suas famílias possam manter o padrão de vida, mesmo em momentos de crise.

Araújo destacou o movimento “Minha Vida Protegida”, que tem como objetivo levar a importância do seguro de vida para a sociedade brasileira. “De janeiro a agosto de 2024, o setor pagou R$ 24 milhões por dia em indenizações de seguros de vida individuais e coletivos. Precisamos investir em educação e reinventar o seguro todos os dias para torná-lo acessível a uma população em constante transformação”, finalizou.

O debate reforçou a necessidade de inovar no setor, buscando um equilíbrio entre a evolução tecnológica e a inclusão de um público diverso e, muitas vezes, desassistido. Os participantes enfatizaram a importância de adaptar o seguro de vida às diferentes realidades do Brasil e de investir em educação para que a população entenda e valorize a proteção financeira proporcionada pelo seguro. “Este é o maior desafio do segmento de seguro de vida dos próximos anos. Como incluir a multidão das pessoas que estão desassistidas. Talvez a gente tenha falhado em conquistar as pessoas que estão investindo em bets. Espero que a gente tenha a sorte de mudar isso”, finalizou Ramon Gomez.

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