Nilo Lara: 65 anos de dedicação ao mercado segurador
28.09.2016 - Fonte: Seguro Gaúcho | Maria Karolina
Ele já soma 65 anos no mercado segurador. Nilo Lara de 85 anos é uma grande personalidade, que já aprendeu e ensinou no ramo de seguros. Natural de Porto Alegre, começou sua trajetória em 1951, na SulAmérica Capitalização como “contínuo” ou, atualmente, office boy. Atuou na companhia por mais de 15 anos, ocupando cargos de cobrança, caixa e no setor do interior. Em busca de outras experiências e de melhor salário, foi trabalhar no Ministério do trabalho, atuando no setor administrativo. Um colega da época, que trabalhava no Departamento Nacional do Seguros Privado e Capitalização (hoje SUSEP), precisava alguém para fazer os processos que estavam em excesso, lotando a sala, já que em 1964 foi regulamentada a profissão de corretor e os registros foram acumulando. À convite do colega, Nilo aceitou o desafio, foi para trabalhar três dias e ficou mais 18 anos. “Sempre nessas repartições tem um delegado meio maluco, como o meu chefe, que começou a brigar comigo, então eu disse a ele que ficasse com a repartição dele”. Aos pedidos de Celito de Grandi, voltou ao Ministério do Trabalho, onde ficou trabalhando no 5º andar no setor de carteira profissional. Somando com o tempo que atuou no quartel e na SulAmérica, Nilo pode se aposentar. Os corretores pediram para Nilo não parar, e ele não parou. Foi fazer o que não tinha condições quando trabalhava no órgão público: constituir corretoras de seguros. Panambra, Caburé, SMJ, Simpala... Esses são só alguns nomes, foram mais de mil corretoras que Nilo constituiu. Não satisfeito, ele tinha que deixar uma marca ainda maior no mercado segurador e teve uma ideia frente ao tempo dos datilógrafos. Quem sabe gravar palestras para que sejam úteis aos que estudam o seguro? Apresentou a ideia a Júlio Rosa. Fizeram, pegaram o material e montaram um memorial. Surgiu então o primeiro Museu do Seguro, registrado e com estatuto, contendo mais de 800 peças, tem até apólice da época da escravatura. “O seguro precisa de cultura e conhecimento”, afirma ele, como quem acha o seguro carente. As pessoas compram, mas não protegem, vivem perdendo tempo de contribuição. Realmente lhe incomoda o descaso “o seguro morreu de velho”, argumentando que o seguro não devolve a vida de ninguém, mas conforta. Com a grande bagagem, Nilo se sente confortável para comparar a venda de antigamente com a forma feita hoje, os corretores, antes mais atenciosos e focados em suas áreas, não tinham a pressa presente nos dias de hoje. O eterno morador do bairro Partenon garante que a frente da sua casa está sempre limpa. Toda manhã, antes mesmo de pegar o jornal pega o rastilho e recolhe as folhas das árvores e qualquer lixo caído na calçada, volta para dentro, toma o café e já começa a entrar em contato com os corretores. As 11h30 é a hora do chimarrão, para as 14h já estar no centro de Porto Alegre, passa em seus dois escritórios. No final da tarde, as 18h30, pontualmente, vai para esquina da Rua da Praia e se reúne com velhos amigos e colegas. As 21h vai andando até a Lima e Silva e logo vai para casa.