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Mercado de Seguros brasileiro tem muito espaço para crescer

13.10.2023 - Fonte: CQCS

SEGURO-GAUCHO (34)

Poucos países podem expandir o seu mercado de seguros como o Brasil. Na Europa, isso é quase impossível. Lá, em geral, só se cresce tomando cliente do outro. Já no Brasil, o setor pode crescer aumentando o mercado, trazendo novos clientes. Mas, para isso, precisamos de resoluções estruturais. A afirmação foi feita pelo superintendente da Susep, Alessandro Octaviani, ao participar, nesta terça-feira (10), da 4ª edição do “Conexão Futuro Seguro”, evento remoto de inovação e capacitação, realizado pela Fenacor.

Segundo ele, o Corretor é protagonista nesse processo de atração de novos consumidores, mas precisa ficar atento, pois as seguradoras vão informatizar cada vez mais a forma de exposição de seus produtos, embora não necessariamente adotem a venda direta. “Contudo, as obrigações securitárias e jurídicas e a forma do contrato não são algo simples de ser resolvido com tecnologia. Apenas ajudam e tornam o fluxo mais rápido e didático. Por isso, o Corretor continua sendo muito importante, uma vez que é capaz de transformar informações complexas em algo simples de entender pelo consumidor”, frisou.

Octaviani, que já vinha defendendo a necessidade de haver no país uma política nacional de acesso ao seguro, lançou, no evento, a proposta de adoção de uma política nacional de segurança digital, englobando os sistemas financeiro e de seguros. “Haverá instabilidades digitais e precisamos ter condições de nos organizarmos. Para isso, é preciso um amplo diálogo. Convoco, então, a Fenacor e a CNseg para estarem conosco na constituição dessa política”, conclamou o superintendente da Susep, durante o “Connection Talk”, bate-papo sobre o tema “O Setor de Seguros: realidades e perspectivas”, que abriu o “Conexão Futuro Seguro”, reunindo, além dele, os presidentes da Fenacor, Armando Vergilio; da CNseg, Dyogo Oliveira; e da ENS, Lucas de Castro Santos.

Por sua vez, Armando Vergilio elogiou a gestão de Alessandro Octaviani na Susep e disse “gostar muito” de ouvir propostas como a do estabelecimento da política nacional de acesso ao seguro. “Me agrada muito sentar e construir essa política através de diversas ações sinérgicas, lideradas pela Susep. Precisamos dessa sinergia para alcançarmos metas arrojadas”, pontuou.

Vergilio ressalvou que as 60 mil empresas Corretoras, que contam com mais de 220 mil pessoas trabalhando na linha de frente da distribuição de seguros, e mais os 73 mil Corretores pessoas físicas são devidamente qualificados e estão prontos para cumprirem a sua missão nesse processo. “Quem vende e quem compra seguros no Brasil é o Corretor, que presta completo assessoramento, antecedido por ampla consultoria, ao cliente”, observou.

Já o presidente da CNseg afirmou que o setor deverá crescer 9,5% este ano, muito acima da variação do PIB nacional. Para Dyogo Oliveira, o momento é “entusiasmante” no mercado, com muitas mudanças e inovações, investimento forte em digitalização. “Há a busca de maior eficiência nas operações, para facilitar a vida do segurado e do Corretor. Estão surgindo novas produtos e novas empresas, além de inovações importantes também na regulação. A Susep nesta gestão tem dado passos importantes de diálogo. Há, então, uma expectativa positiva, que deve ter continuidade nos próximos anos”, destacou.

Para ele, a maior dificuldade é a fatal de conhecimento sobre seguros. A CNseg fez, inclusive, uma pesquisa nas ruas, perguntando para as pessoas se conhecem o seguro. O resultado foi que quase a totalidade dos entrevistados demonstraram desconhecimento sobre coberturas e termos que o setor utiliza. “Temos feito uma campanha forte para melhorar a comunicação e para chegar até a população com termos que possam ser compreendidos, para não termos dificuldade de fazer o seguro chegar mais longe”, acrescentou.

Por fim, o presidente da ENS colocou a escola à disposição do mercado para qualificar seus profissionais visando os novos tempos, marcados pela forte influência da inteligência artificial e ferramentas tecnológicas. “A inteligência artificial pode ser muito bem utilizada a favor do mercado, inclusive na regulação do sinistro, trazendo muita informação e segurança nas informações, e na subscrição do risco. Aliás, quanto mais desenvolvida for a subscrição, mais poderemos ter acesso a produtos modernos, inovadores e mais baratos”, enfatizou Lucas de Castro Santos.

A 4ª edição do “Conexão Futuro Seguro 2023” teve mais de 4 mil inscritos, superando as projeções iniciais.

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