Endividamento das famílias continua elevado
11.11.2016 - Fonte: CNseg
Pesquisa da CNC prevê que consumo continuará fraco até 1º trimestre de 2017 em razão das dívidas Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revela que o endividamento das famílias teve um ligeiro declínio em outubro, situando-se em 57,7%, contra os 58,2% de setembro. Porém, em relação a outubro do ano passado, a parcela dos endividados sem condições de quitar os seus débitos avançou. Segundo o estudo, 9,4% dos entrevistados alegaram que não conseguirão pagar as suas dívidas – e a taxa é superior aos 8,5% registrados há um ano, mas um pouco abaixo de setembro último (9,6%). Não há um movimento consistente. Na parcela das famílias que se declararam muito endividadas, a taxa recuou de 14,4% para 14,2% na virada do mês. Sobre o mesmo mês de 2015, uma elevação de apenas 0,3 ponto percentual. Das que estão atrasando o pagamento das dívidas, tais famílias informaram ter passado em média 62,9 dias do prazo de vencimento. Em média, os débitos foram parcelados em sete meses e 33,4% disseram que costumam dividir a forma de pagamento pelo período de um ano. E mais sério: 21% declararam estar com mais da metade da renda comprometida com o pagamento de dívidas. O tipo de dívida mais apontado é com o cartão de crédito, citado por 77,1% dos entrevistados, seguido pelos carnês (14,1%), e pelo financiamento de carro em terceiro (10,2%). Economista da CNC, Bruno Fernandes, afirma que o nível de endividamento é preocupante porque, a curto prazo, cria um cenário desfavorável para economia, tendo em vista o consumo fraco. “As famílias estão mais cautelosas e perderam o poder de compra diante da renda menor, da falta de emprego e crédito caro”, justificou. O atual cenário deve prevalecer pelo menos até o primeiro trimestre de 2017, porque não deve ocorrer uma reversão da situação financeira dos endividados.