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Desastre no Rio Grande do Sul impacta seguradoras em R$ 122 milhões

27.08.2024 - Fonte: Valor Econômico

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De acordo com matéria publicada no Valor Econômico no dia 19/08, as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul no início de maio causaram um impacto significativo nas seguradoras, resultando em uma redução de R$ 122 milhões no lucro das empresas do setor no segundo trimestre deste ano. A análise foi baseada nas divulgações financeiras das seguradoras listadas na bolsa, incluindo BB Seguridade, Caixa Seguridade e Porto.

Apesar do elevado impacto, o valor ficou abaixo das expectativas do mercado durante o auge dos sinistros, quando várias cidades foram devastadas. A seguradora Porto foi a mais afetada, registrando uma diferença de R$ 87,2 milhões em seus lucros. O total de sinistros pagos pela empresa atingiu R$ 255 milhões, com as resseguradoras devendo cobrir entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões, conforme explicou Celso Damadi, diretor financeiro da Porto, em entrevista ao Valor Econômico.

Ainda segundo a reportagem, o lucro combinado das seguradoras no período entre abril e junho foi de R$ 1,87 bilhão, representando um aumento de 1,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse cálculo foi realizado conforme as normas contábeis da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Damadi informou que a cobertura dos sinistros será concentrada nas carteiras empresarial e residencial da Porto, uma vez que a empresa não realiza resseguro da carteira de veículos. Após o desastre, foram registrados 3,8 mil veículos com sinistro.

Na Caixa Seguridade, o impacto das chuvas na última linha de resultados foi de R$ 34,7 milhões. Esse valor leva em conta a participação da empresa nas seguradoras Caixa Residencial, CNP Seguros e Too Seguros. Eduardo Oliveira, diretor financeiro da Caixa Seguridade, explicou em uma teleconferência com analistas que, sem os contratos e pacotes de resseguro, o impacto no lucro líquido teria sido muito mais grave, já que o total de sinistros provisão no segundo trimestre superou R$ 461 milhões. Desses, R$ 349,7 milhões foram cobertos pelo resseguro.

Os sinistros relacionados às enchentes somaram R$ 461,3 milhões, com a maior parte sendo coberta pelo resseguro. A Caixa Seguridade identificou os ramos habitacional e residencial como os mais afetados, com 10,8 mil acionamentos no trimestre.

No caso da BB Seguridade, apesar do aumento da sinistralidade em duas seguradoras controladas, “não houve impactos significativos no resultado”, de acordo com o relatório financeiro trimestral. André Haui, diretor-presidente da BB Seguridade, mencionou que a empresa recebeu pouco mais de 5 mil acionamentos durante o período crítico. Aproximadamente 80% do volume de sinistros ocorreu nos segmentos agrícola e penhor rural, onde a empresa possui uma proteção robusta de carteira de seguro, conforme Rafael Sperendio, diretor financeiro da BB Seguridade.

A BB Seguridade foi a única a apresentar redução na taxa de sinistralidade no segundo trimestre, que caiu para 27,2%, comparado a 28,2% no mesmo período de 2023. Por outro lado, a Porto viu seu índice de sinistralidade subir para 52,5%, um aumento de 3,2 pontos percentuais. Se os efeitos das enchentes fossem excluídos, o índice seria de 48,8%. No segmento de auto, a sinistralidade subiu para 59,0%, contra 54,6% no mesmo intervalo de 2023.

As seguradoras acreditam que os resultados futuros não serão tão impactados pelo desastre como foi o segundo trimestre. Damadi, da Porto, afirmou que 99,9% do efeito se concentrou no segundo trimestre, prevendo pouco impacto no terceiro trimestre.

No entanto, o impacto nas resseguradoras pode ser mais duradouro, com efeitos tardios nos resultados. Marcos Falcão, presidente do IRB (Re), mencionou que até o final do ano, algum efeito da tragédia pode ainda ser observado, mas não deverá ser significativo. Ele destacou que a maior parte do impacto foi no segundo trimestre, com junho contribuindo com apenas R$ 5 milhões no resultado, enquanto os dois meses anteriores somaram R$ 60 milhões.

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) informou que o volume total de pedidos de indenização relacionados às enchentes chegou a R$ 5,6 bilhões desde o início das chuvas até o início de agosto. Dyogo Oliveira, presidente da CNSeg, afirmou que os números estão desacelerando, indicando que os dados estão próximos do valor final.

Matéria realizada através de informações do jornal Valor Econômico.

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