Corretora de Seguros da Chapecoense conta como foi o dia da tragédia
01.12.2016 - Fonte: CQCS
Em entrevista exclusiva ao CQCS, a profissional responsável pelo seguro da Chapecoense, Liciane da Luz, da Rating Corretora de Seguros, contou como está sendo o processo de atendimento ao clube e aos familiares de atletas e demais funcionários mortos no trágico acidente com o avião que caiu próximo ao aeroporto de Medellín, na Colômbia. ‘Está sendo tudo muito triste. Mas, a nossa corretora e as seguradoras envolvidas estão dando total apoio. Estamos, agora, cuidando do translado dos corpos, o que deve ocorrer 5ª ou 6ª feira. Haverá uma cerimônia no estádio da Chapecoense e, depois, os corpos das vítimas serão enviados para as cidades onde as famílias residem”, explicou. Mesmo com a experiência de quem trabalha no mercado há nove anos, boa parte desse tempo no ramo vida, ou seja, atendendo a famílias de segurados mortos, ela se diz muito abalada com a tragédia, seja pela dimensão do acidente, pelo fato de residir em Chapecó e ser torcedora da Chapecoense ou por estar acompanhando muito de perto todo o drama das famílias. “Já acompanhei outros casos, como um grave acidente que vitimou bombeiros. Mas, nem de perto lembram esta tragédia, com mais de 70 mortos. É imensurável. Além disso, sou torcedora do clube, acompanhava com orgulho a trajetória desses atletas e sei como se dedicavam”, frisou. INDENIZAÇÃO. Liciane da Luz adiantou que a indenização do seguro de vida em grupo dos atletas e de membros da comissão técnica, como determina a lei, terá como base a remuneração desses profissionais, podendo chegar ao equivalente a 14 vezes do rendimento mensal de cada vítima coberta. Esse seguro, que inclui ainda assistência funeral e translado, estão garantidos pela Porto Seguro. Há ainda outra apólice, da CBF, contratada junto ao Itaú (agora, administrados pela Prudential). Ela elogiou bastante o atendimento que vem sendo prestado pelas seguradoras. “Estão sendo muito ágeis no atendimento às famílias e ao clube, incluindo nos serviços internacionais. Há um comprometimento do mercado, não tive qualquer dificuldade. E recebi contatos até de seguradoras não diretamente envolvidas nesse caso, oferecendo apoio”, observou, assinalando ainda que o clube sempre foi muito correto, mantendo o seguro em dia e seguindo tudo o que determina a legislação para proteger os seus profissionais e familiares. Liciane da Luz destacou também o papel que o corretor de seguros cumpre nesses momentos, oferendo todo o respaldo para as famílias. “Não trabalhamos apenas pela comissão. O corretor abraça a família, é amigo, tem uma missão muito bonita. Criamos um vínculo com a pessoa, um comprometimento. Essa confiança é o sentido da profissão. Afinal, o segurado coloca a família dele em nossas mãos”, concluiu. Veja o que diz a Lei: A Lei 12.395/2011 alterou a redação do artigo 45 da Lei Pelé e seus parágrafos, ampliando a cobertura para seguro de vida e não apenas contemplando o acidente de trabalho. Veja como ficou: Artigo 45. As entidades de prática desportiva são obrigadas a contratar seguro de vida e de acidentes pessoais, vinculado à atividade desportiva, para os atletas profissionais, com o objetivo de cobrir os riscos a que eles estão sujeitos. (Redação dada pela Lei 12.395, de 2011). Parágrafo 1º. A importância segurada deve garantir ao atleta profissional, ou ao beneficiário por ele indicado no contrato de seguro, o direito a indenização mínima correspondente ao valor anual da remuneração pactuada. (Incluído pela Lei 12.395, de 2011). Parágrafo 2º. A entidade de prática desportiva é responsável pelas despesas médico-hospitalares e de medicamentos necessários ao restabelecimento do atleta enquanto a seguradora não fizer o pagamento da indenização a que se refere o parágrafo 1º deste artigo. (Incluído pela Lei 12.395, de 2011).