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Carlos Josias: Estado inabitável sem providências protetivas, inviável sem seguro

08.11.2024 - Fonte: Carlos Josias

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Novo artigo do sócio diretor e fundador da C.Josias & Ferrer Advogados Associados, Carlos Josias Menna de Oliveira

Integrante da equipe vencedora do Nobel da Paz em 2007, Carlos Nobre talvez seja a maior autoridade brasileira, hoje, em meteorologia.

No 4º Summit Ambiental Internacional, realizado na capital Gaúcha, nessa semana, coube a ele a palestra de abertura que congregou especialistas em saúde e meio ambiente.

Duro ou realista demais, desimporta, o fato é que a fala do protagonista, talvez o principal nome do evento, trouxe um sério alerta para as nefastas repercussões do aquecimento global e uma notícia apavorante:

– A temperatura está tão elevada que não se houver uma redução drástica das emissões de gases do efeito estufa o estado do RS pode se tornar inabitável.

INABITÁVEL !?

Seria o “ecocídio”, assevera o perito.

Empenhado no combate e na pregação da extinção das emissões e o desmatamento intenso, Carlos Nobre desfilou um rol, de perigos preocupantes, ligado ao nível do mar, derretimento de geleiras e o aumento das ondas de calor.

Para ele o Brasil poderia Comandar esta luta.

Uma grande missão, um resgate pelos nossos descuidos e ou maus tratos criminosos.

No período de enchente no RS e em Porto Alegre muito se ouviu sobre frase lapidar que teria sido dita em 12.05.2024 por Bruno Yashinishi, Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Londrina, Mestre em História, Cultura e Identidade, professor e detentor de um vasto currículo, publicado no Lattes:

— No começo de todo filme de desastre tem cientista sendo ignorado.

Sem desprezar, à evidência, a questão mundial, é claro que a previsão para o desastre no estado do RS é muitíssima preocupante e apavorante.

Ou alguém imagina o RS ou qualquer outro Estado inabitável?

Mais grave ainda, ele refere que isto será em breve', ou seja, as providências mínimas necessárias têm de ser tomadas e realizadas para ontem, sem postergações.

Se somarmos os motivos já conhecidos aqui na cidade, e que propiciaram a maior enchente de todo os tempos, com culpa evidente das autoridades que foram negligentes com a conservação das bombas d´’agua, diques e etc. – o que ninguém mais discute – com as advertências do cientista, nossa situação, por si só, já é trágica.

Pior e definitivamente desastrosa se os braços não se descruzarem e os problemas não forem enfrentados com responsabilidade.

E urgência faz parte desta responsabilidade.

Em meio a isto o Ministro Barroso assinou acordo de 170 BILHÕES face os danos da tragédia.

Ótimo, não fosse o fato de que este dinheiro todo não surgiu do nada, sai de algum lugar cujo destino era outro, todo o tipo de ações sociais e melhorias diversas ……

Sai duplamente cara esta negligência, este andar culposo, pra não dizer doloso ou beirando ao dolo.

Mariana não serviu pra nada?

O prejuízo para a União e, consequentemente, para a sociedade, é notório.

Nas previsões pessimistas desconfio por confiar que as autoridades, hoje sem opções, e bem cientes da gravidade do problema terão, que inevitavelmente, agir de forma diferente do descaso com que a situação vem sendo tratada governo após governo.

Se é verdade que a natureza enfureceu também é verdade que o desleixo facilitador do poder público tem oportunizado as tragédias.

E nem falo das questões que levam ao desfecho do reclamo do especialista – aquecimento global e desmatamento – até porque urge que os governantes passem a tratar disto tão imediatamente como andam em suas campanhas eleitorais.

Penso que esta ação de proteção à natureza isoladamente talvez não seja suficiente pelos estragos já produzidos.

Parece que em conjunto ou paralelamente à ela devem ser empreendidas enérgicas medidas de proteção às cidades até porque os alagamentos têm se dado mesmo diante de precipitações de chuvas menores, provocando estragos cujos danos são altos demais para acúmulos mesmo não tão volumosos.

O fato é que se há risco de se tornar o Estado INABITÁVEL, o que não quero acreditar, evidente ainda que a vida, que já está DIFíCIL por si só, sem seguro não haverá reconstrução se tornará INVIÁVEL.

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