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Victoria Werneck, economista da Icatu Seguros, avalia futuro da economia

01.06.2020 - Fonte: Sonho Seguro

victoria

“Hoje vejo uma recuperação para o Brasil seguindo o formato U. Se houvéssemos feito um isolamento sério e responsável desde março, o período de dor teria sido mais curto”, disse

Economista-chefe da Icatu Seguros, Victoria Werneck foi a convidada da live realizada pela seguradora em seu canal no Youtube na noite de quinta-feira, 28. A profissional trouxe um panorama econômico atualizado sobre a crise mundial e apresentou uma análise do momento atual e futuro para o Brasil.

Ela alerta que a crise causada pela pandemia é diferente de todas as outras crises econômicas na história do país, pois combina dois grandes choques macroeconômicos: um pelo lado da demanda e outro pelo lado da oferta, imposto pela necessidade do lockdown.

Os dados da economia dos Estados Unidos mostram a gravidade do momento atual. Lá, somente em abril, 20,5 milhões de pessoas perderam o emprego. Desde a segunda quinzena de março, 40,8 milhões de americanos entraram com pedidos de seguro-desemprego no país.

A especialista explicou que no Brasil, em particular, o timing foi ainda pior. No início do ano a economia apresentava certa retomada, com inflação sob controle, taxa de juros baixas, porém a pandemia desarticulou o avanço das reformas que tornariam possível uma consolidação fiscal, que ainda se faz necessária para o país voltar a crescer. Hoje enfrentamos uma complexa interação de três grandes crises: sanitária, econômica e política.

Analisando cenários de curto e médio prazo, para 2020 Victoria projeta que o PIB caia 8% e a Selic seja reduzida até 2%, sendo o segundo trimestre o pior do ano. Já em 2021, a projeção é um crescimento do PIB de 3%, com uma retomada lenta, porém que já simboliza algo positivo.

“Hoje vejo uma recuperação para o Brasil seguindo o formato U. Se houvéssemos feito um isolamento sério e responsável desde março, o período de dor teria sido mais curto. Por isso, agora temos que lidar com o problema por muito mais tempo. Existe ainda toda pressão para a retomada de atividades, o que pode resultar no surgimento de uma segunda onda da pandemia, como aconteceu no Chile, por exemplo, o que seria muito mais grave”, explica Victoria.

Com a chegada do “novo normal”, há ainda a questão mudança no padrão de consumo, que representa cerca de 70% do PIB. Se o nível de confiança continuar baixo será mais uma razão para que a recuperação econômica do país aconteça em U, segundo Victoria.

A discussão também levantou perceptivas positivas. Com o baque trazido pela crise, a tendência é que a pessoas fiquem mais atentas à necessidade de poupar e cuidar do dinheiro com mais responsabilidade, que fará subir a procura por planos de previdência, por exemplo.

Por mais que o cenário seja negativo de modo geral para os próximos meses, Victoria reforça características que podem ajudar o Brasil a se recuperar de uma crise dessa magnitude. “Contamos com um parque industrial verticalmente integrado, onde produzimos de tudo, um agronegócio extremamente produtivo e competitivo. O país pode se beneficiar disso ao longo do tempo, porém precisa evitar a incerteza que a crise política traz”, finaliza.

As lives da Icatu são realizadas semanalmente, sempre às quintas-feiras, com gestoras parceiras da companhia e especialistas do setor, levando informação sobre o cenário atual para clientes, corretores e parceiros. Na próxima quinta-feira, dia 04, às 11h, a live contará com a presença do presidente da Icatu Seguros, Luciano Snel, que falará sobre o momento atual da seguradora.


Foto: Icatu Seguros | Divulgação

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